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Um dos telemóveis alegadamente trazidos da Coreia do Norte e mostrados pelo youtuber MrWhosetheboss

Prints automáticos constantes e impossíveis de apagar, traduções falsas, cópias do Android. Assim são os poucos telemóveis que saem da Coreia do Norte.

Não é só controlo: é também doutrinação. Um vídeo publicado pelo canal de Youtube MrWhosetheboss mostrou recentemente aquilo que seriam telemóveis com origem na Coreia do Norte. Os aparelhos correm alegadamente versões modificadas do Android, com uma série de limitações e censura em diferentes aplicações.

O dispositivo, supostamente chamado “Samtaesung 8”, funcionaria sem acesso à Internet global. Em vez disso, a ligação limita-se a uma intranet, fechada, que contém apenas sites aprovados pelo governo.

A maioria das aplicações comuns, como o navegador, calendário e mapas, são versões adaptadas. Não há autorização para descarregar programas livremente: o download exigirá visitas presenciais a lojas físicas e uma autorização governamental específica.

Já os conteúdos disponíveis para consumo incluiriam jogos aprovados, filmes russos e indianos, biografias de dirigentes e media internacional pirateada ou editada.

Também foram identificadas medidas para bloquear a influência cultural sul-coreana, tal como já tinha sido mostrado em conteúdos anteriores da BBC. Isso acontece, por exemplo, através da modificação das palavras escritas.

Ao escrever “Namhan” (Coreia do Sul), o termo seria alterado para “estado fantoche”. Já ao inserir “Oppa”, que significa “irmão mais velho” em coreano, mas que na Coreia do Sul também é usado com o sentido de “namorado”, a palavra é substituída por “Camarada”, segundo a BBC apurou em maio — e, ao mesmo tempo, é mostrado um aviso: “Esta palavra só pode ser usada para descrever os teus irmãos”.

Foi ainda referido no vídeo que ficheiros e fotografias têm assinaturas digitais do governo, e qualquer conteúdo estrangeiro sem assinatura seria apagado.

As fontes indicam ainda que os telemóveis fazem capturas de ecrã automáticas a cada cinco minutos ou sempre que se abre uma aplicação. Essas imagens seriam guardadas em pastas restritas, às quais o utilizador comum não consegue aceder nem apagar, e apenas as autoridades teriam acesso aos ficheiros para verificar se houve consumo ou partilha de conteúdos proibidos.


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