Vários militares da GNR e um agente da PSP são suspeitos de estarem envolvidos numa organização criminosa que extorquia e mal tratava imigrantes no país, boa parte do quais em situação irregular.
A Polícia Judiciária (PJ) explica em que a operação desencadeada na manhã desta terça-feira, 25 de novembro, visou o “cumprimento de cerca de 50 de mandados de busca e 17 mandados de detenção, em vários locais do país, em que se investigam crimes de auxílio à imigração ilegal, falsificação, fraude fiscal e branqueamento de capitais”. A operação foi realizada em Beja, Portalegre, Figueira da Foz e Porto.
Entre os detidos estão 10 militares da GNR e um PSP suspeitos de facilitarem a ação do grupo criminoso.
Em causa está uma organização criminosa que controlava centenas de trabalhadores estrangeiros, a maioria indostânicos em situação irregular em Portugal.
Segundo ainda a PJ, “através de empresas de trabalho temporário, criadas para o efeito, aproveitava-se da vulnerabilidade dos mesmos, explorando-os, cobrando alojamentos e alimentação e mantendo-os sob coação através de ameaças, havendo mesmo vários episódios de ofensas à integridade física”.
A investigação levou a que, “durante vários meses”, a PJ tivesse realizado “inúmeras diligências investigatórias que permitiram obter indícios e elementos incriminatórios, bem como traçar o quadro geral do funcionamento deste grupo violento, de estilo mafioso“
Nesta operação, a PJ contou com a colaboração e suporte da GNR.
O DN pediu entretanto à GNR, PSP e IGAI uma posição sobre as suspeitas que recaem sobre agentes das forças de segurança, mas até ao momento ainda não obteve qualquer resposta.