Um novo ataque russo contra a capital ucraniana esta terça-feira matou seis pessoas, feriu mais de uma dezena e interrompeu o fornecimento de energia e aquecimento. Segundo o presidente Volodymyr Zelensky, Moscovo lançou 464 drones e 22 mísseis contra Kiev.

“Os principais alvos foram o setor energético e tudo o que mantém a vida normal”, escreveu o líder ucraniano na aplicação Telegram.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia veio já acusar o presidente da Rússia de responder aos esforços de paz dos Estados Unidos com terrorismo.

“Putin deu a sua resposta terrorista às propostas de paz dos Estados Unidos e do presidente [norte-americano, Donald] Trump, com uma chuva de mísseis e drones contra a Ucrânia”, declarou o ministro Andriy Sibiga em comunicado.

O responsável explicou que os russos usaram drones e mísseis balísticos, de cruzeiro e hipersónicos, que tiveram como alvo as regiões de Odessa, Kharkiv, Chernihiv e Kiev.

Após o ataque, Volodymyr Zelensky voltou a apelar ao fornecimento de armas e defesa aérea a Kiev, frisando que “o que mais importa agora é que todos os parceiros avancem juntos na diplomacia através de esforços conjuntos”, pressionando a Rússia.

O presidente ucraniano disse ainda que quatro drones russos lançados esta madrugada sobrevoaram a Moldova e a Roménia, sendo esta última membro da NATO.Eletricidade e aquecimento interrompidos

Segundo o Ministério da Energia da Ucrânia, o ataque russo interrompeu o fornecimento de eletricidade a mais de 102.000 pessoas em cinco regiões ucranianas.

Tymur Tkachenko, chefe da administração militar da capital, disse que foram registados danos em 13 locais em Kiev em edifícios residenciais e comerciais, assim como outras infraestruturas.

As autoridades da capital afirmaram que o abastecimento de aquecimento em vários distritos foi interrompido, numa altura em que as temperaturas rondam os oito graus celsius. “Os russos estão deliberadamente a atacar infraestruturas civis e habitações. É um terrorismo cínico”, escreveu Tkachenko no Telegram.

Moscovo tem vindo a negar ataques intencionais contra civis, mas admite que infraestruturas como as de abastecimento de energia são alvos legítimos para prejudicar a capacidade de combate da Ucrânia.

Esta terça-feira, as forças militares ucranianas anunciaram, por sua vez, um ataque contra uma refinaria russa de petróleo na região de Krasnodar e contra um terminal de petróleo no porto de Novorossiysk.

Entretanto, as negociações de paz continuam, com o chefe de Segurança Nacional da Ucrânia a anunciar esta manhã que o presidente Volodymyr Zelensky deverá visitar os Estados Unidos na “próxima data possível” em novembro para “completar os passos finais e fechar um acordo com o presidente Donald Trump”.

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia vão estar reunidos por videoconferência na quarta-feira para discutirem a guerra na Ucrânia, segundo a agência Reuters.

c/ agências