Jean-Louis tinha 73 anos e sofria de Síndrome de Diógenes, um transtorno caraterizado por negligência extrema de cuidados pessoais, isolamento social e acumulação de objetos. O corpo foi encontrado quase seis meses depois do desaparecimento pelo irmão, que acusa as autoridades de falta de seriedade durante as três buscas realizadas.

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O corpo de um idoso desaparecido foi encontrado quase seis meses depois pelo irmão, debaixo da cama de sua casa, em França, adianta o jornal francês Le Progrès. O irmão da vítima critica a falta de seriedade das autoridades durante as várias buscas ao apartamento. Os bombeiros e polícia justificam a dificuldade com a desarrumação significativa do local.
Os amigos não sabiam de Jean-Louis, de 73 anos, há uma semana. O homem tinha faltado a uma reunião do clube de radioamadores de Lyon, França, do qual fazia parte. Ligaram ao irmão, Pierre, a avisar que não falavam com ele nem o viam desde dia 19 de fevereiro, conta o Le Progrès.
No apartamento, não havia sinal de Jean-Louis. Nas três vezes em que as autoridades procuraram o homem, não o encontraram. Nem pistas suspeitas. Foi encontrada apenas a gata de Jean-Louis, que estava faminta.
Quase seis meses depois, os vizinhos queixaram-se a Pierre de um odor nauseabundo vindo da casa de Jean-Louis, que continuava desaparecido, segundo o jornal local Actu Lyon. O corpo foi encontrado pelo próprio irmão que, devido às queixas, se deslocou ao apartamento com um membro da Associação para Assistência e Procura de Pessoas Desaparecidas.
“Puxei a cama, que estava perto de uma estante caída. Foi aí que vi duas pernas no chão”, conta Pierre.
O homem critica a falta de seriedade das autoridades nas buscas, questionando se o irmão ainda estaria vivo na primeira vez que o apartamento foi revistado.
“Não procuraram por ele o suficiente”, lamenta, citado pelo jornal local Actu Lyon.
O caso foi denunciado à procuradoria de Lyon pela Associação para Assistência e Procura de Pessoas Desaparecidas.
De acordo com o Le Figaro, as autoridades justificam que as buscas foram “difíceis” devido ao estado de “acumulação e desordem” do apartamento. O homem tinha Síndrome de Diógenes, um transtorno caraterizado por negligência extrema de cuidados pessoais, isolamento social e acumulação de objetos.
O funeral só aconteceu dois meses depois do corpo ter sido encontrado, no dia 2 de setembro, adianta a imprensa local. A autópsia não revelou intervenção de terceiros, acrescenta o Le Figaro.