Escultura gigante de macaco é instalada em prédio da Av. Faria Lima
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Obra tem o objetivo de provocar o debate sobre a fragilidade do planeta. Crédito: Daniel Teixeira/Estadão
Uma escultura inflável de um macaco dourado com 14 metros de altura foi instalada no edifício B32, na movimentada região da Avenida Faria Lima, no bairro do Itaim Bibi, na capital paulista. A obra Golden Monkey, da artista australiana Lisa Roet, integra a programação do Festival Cidade da Cultura, em parceria com a House of Oz, e propõe uma “reflexão sobre a relação entre humanidade e natureza em tempos de mudanças climáticas”.
Golden Monkey já passou por cidades como Pequim, Melbourne, Edimburgo, Londres e agora está em São Paulo. Foto: Daniel Teixeira/Estadão
Golden Monkey representa o macaco-dourado-de-nariz-arrebitado, uma das espécies mais ameaçadas do mundo, nativa das florestas montanhosas entre a China e Mianmar. Essa espécie rara é símbolo da biodiversidade em risco diante do avanço da urbanização, da perda de habitat e das mudanças climáticas.
A obra mistura arte contemporânea, ativismo ambiental e urbanidade em uma intervenção visual. A escolha do local, o principal centro financeiro de São Paulo, não é aleatória: Roet acredita que a arte deve interromper o ritmo cotidiano das cidades e ocupar o espaço urbano com propósito.
“A escultura nos observa, assim como deveríamos observar o mundo ao nosso redor”, afirma a artista, reconhecida internacionalmente por obras que abordam a conexão entre humanos e primatas.
Escultura inflável com 14 metros de altura foi instalada no edifício B32. Foto: Daniel Teixeira/Estadão
A Golden Monkey já passou por cidades como Pequim, Melbourne, Edimburgo, Londres e Hong Kong. Agora, chega a São Paulo carregando a mensagem: “Estamos todos conectados. O que afeta o meio ambiente em uma floresta distante também nos impacta, direta ou indiretamente, nas cidades onde vivemos”, segundo Roet.
Há mais de duas décadas, Lisa Roet pesquisa a interação entre seres humanos e primatas em florestas tropicais, laboratórios de biologia e museus de história natural, em colaboração com cientistas, ambientalistas e antropólogos. Suas esculturas, vídeos e performances são conhecidos por provocar debates sobre identidade, evolução e a fragilidade do planeta que habitamos.