A polícia francesa deteve esta terça-feira mais quatro pessoas no âmbito da investigação em torno do mediático roubo de jóias no Louvre, ocorrido no mês passado, informou a Procuradoria de Paris em comunicado. Uma delas, um homem, era o último suspeito procurado pela polícia que terá estado de facto no local dos acontecimentos.

Os suspeitos agora detidos são dois homens de 38 e 39 anos e duas mulheres de 31 e 40 anos, refere a mesma nota. De acordo com os diários franceses Le Figaro e Le Parisien, o quarto suspeito de ter estado presencialmente na cena do crime foi detido esta manhã em Laval, cidade a cerca de 300 quilómetros de Paris.

Está detido na sede da Polícia Judiciária de Paris e é acusado de “roubo organizado” e “associação criminosa”, dizem os jornais franceses. É natural do subúrbio parisiense de Aubervilliers, de onde são igualmente originários outros suspeitos detidos anteriormente.


Esses outros quatro suspeitos detidos há cerca de um mês estão formalmente sob investigação, recordou a Procuradoria de Paris em comunicado esta terça-feira. A procuradora, Laure Beccuau, detalhou a 29 de Outubro que dois deles admitiram estar implicados no roubo das jóias da coroa francesa. São dois homens na casa dos 30 anos, ambos com cadastro criminal, e originários do subúrbio parisiense de Seine-Saint-Denis. Um deles é um cidadão argelino de 34 anos sem profissão conhecida. O outro homem, de 39 anos, já exerceu a profissão de taxista, embora ilegalmente, e era estafeta, tendo antecedentes criminais. Um deles tinha um perfil relativamente activo nas redes sociais, com vídeos de acrobacias em motorizada no YouTube e no TikTok.

Vem sendo comum que estes casos de roubos de jóias e antiguidades sejam cometidos por pessoas com “perfis pouco conhecidos no mundo do crime organizado, mas que ascendem rapidamente a crimes extremamente graves”, explicou a procuradora Laure Beccuau, no final de Outubro, à estação France Info.

A circunstância de este roubo em que quatro ladrões levaram jóias avaliadas em 88 milhões de euros ter sucedido à luz do dia, numa manhã de domingo, com o Louvre em pleno funcionamento, levantou dúvidas sobre a segurança do museu mais visitado do mundo, guardião de inúmeras obras de grande valor patrimonial.

Até ao momento, não foi encontrado qualquer vestígio das jóias roubadas. As oito peças pertencem à colecção de jóias da coroa, mais precisamente do período imperial francês, e incluem tiaras, diademas, brincos e pregadeiras.

Após o roubo, um relatório do Tribunal de Contas avaliando a actuação da instituição no período compreendido entre 2018 e 2024 criticou as opções do museu no que toca ao investimento em segurança. Em resposta, a direcção do Louvre prometeu novos cargos especialmente dedicados a essa área e mais coordenação na vigilância do museu, sem se comprometer com o reforço de recursos humanos.