A Google Play Store prepara-se para atravessar a maior transformação da sua história, depois de perder uma batalha judicial contra a Epic Games. O veredito, que poderá entrar em vigor já em setembro, promete abalar o ecossistema Android ao pôr fim a práticas que garantiam à Google uma posição dominante na distribuição de aplicações e na gestão de pagamentos.

A ação movida pela Epic Games contra a Google teve como alvo central as regras impostas aos programadores de aplicações na Play Store, nomeadamente a obrigatoriedade de utilizar o sistema de faturação da própria Google, o chamado Google Play Billing. Até agora, quem quisesse vender conteúdos ou serviços digitais em apps Android era forçado a usar este método e a pagar uma comissão à Google.

Com a decisão do tribunal, a gigante tecnológica é obrigada a permitir que os programadores escolham métodos de pagamento alternativos, abrindo a porta à concorrência e a taxas potencialmente mais baixas. Esta alteração representa uma vitória para programadores e consumidores, que passam a ter mais opções e, potencialmente, preços mais justos.

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Fim das vantagens para apps pré-instaladas e exclusivas

Outra consequência direta do processo é o fim das vantagens para aplicações pré-instaladas ou exclusivas da Play Store. Até aqui, apps da própria Google ou de parceiros estratégicos beneficiavam de destaque e acesso privilegiado aos utilizadores, dificultando a vida a alternativas independentes. Com a nova decisão, a Play Store terá de garantir condições de concorrência mais equitativas, promovendo a diversidade de escolhas.

O tribunal determinou que a Google tem apenas 14 dias para implementar estas mudanças profundas. A empresa já pediu uma suspensão administrativa, alegando que o prazo é demasiado curto e poderá pôr em causa a segurança e privacidade dos utilizadores, caso as alterações sejam feitas à pressa. A resposta a este pedido deverá ser conhecida nos próximos dias, mas, se não for aceite, as novas regras poderão entrar em vigor já antes do final de agosto.

O impacto no ecossistema Android

Estas mudanças podem marcar um ponto de viragem na forma como as lojas de aplicações funcionam em dispositivos Android. Para os programadores, abre-se a possibilidade de gerir diretamente pagamentos, sem intermediários obrigatórios. Para os utilizadores, a promessa é de maior liberdade de escolha, menos monopólio e, possivelmente, preços mais competitivos.

Este é um sinal claro de que a pressão judicial pode alterar o curso das grandes tecnológicas, obrigando-as a adaptar-se a um mercado mais aberto e transparente. Resta saber se a Google conseguirá adiar a implementação das medidas ou se, de facto, a Play Store mudará já nas próximas semanas.

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