Dois membros da Guarda Nacional foram baleados esta quarta-feira, em Washington, nos EUA. O governador do Estado de Virgínia Ocidental chegou a garantir que ambos tinham morrido na sequência dos ferimentos e já no hospital mas entretanto Patrick Morrisey publicou mais um post no x, antigo Twitter, em que diz que afinal está a receber “informação contraditória” quando ao estado dessas duas vítimas. “Esses bravos virginianos ocidentais perderam a vida a serviço de seu país”, dissera antes Morrisey no X.

A primeira informação sobre os disparos foi divulgada pela secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, também num post no X, enquanto a Casa Branca afirmou que estava em confinamento e que o Presidente Donald Trump está na Florida.

A polícia de Washington também confirmou o tiroteio numa zona localizada a um quarteirão da Casa Branca e que tinha um suspeito sob custódia. Nessa altura, vários agentes das autoridades já tinham garantido a segurança do local.

“O Presidente foi informado”, referira a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt. Nas primeiras declarações sobre o caso, Trump disse que os dois militares estavam”gravemente feridos” e que o atirador também ficou gravemente ferido.

“O ‘animal’ que atirou nos dois membros da Guarda Nacional, ambos gravemente feridos e agora internados em dois hospitais diferentes, também está gravemente ferido, mas, independentemente disso, pagará um preço muito alto”, escreveu Trump numa publicação na rede Truth Social.

Trump viajou para o seu resort em Palm Beach antecipando assim o feriado do Dia de Acção de Graças. O vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, está em Kentucky.

Stacey Walters, de 43 anos, estava num carro da Uber perto da Casa Branca por volta das 14h15 (19h de Portugal continental) quando ouviu duas fortes explosões e viu crianças e outros transeuntes a fugirem do local.

A testemunha diz ter ouvido alguém gritar “Socorro! Socorro!” e viu o que pareciam ser agentes do Serviço Secreto dos EUA a correr atrás de alguém que vestia uma camisola com um capuz.

Os Serviços Secretos dos EUA não responderam a um pedido de comentário.

Aeroporto retoma a normalidade

As operações no Aeroporto Nacional Ronald Reagan já retomaram a normalidade, depois da Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) ter dado conta de que as chegadas de aviões tinham sido suspensas devido a questões de segurança.

A suspensão das operações durou cerca de uma hora, tendo terminado às 16h (21h de Portugal continental). O comunicado da FAA surgiu na sequência da resposta das forças de segurança aos disparos contra os dois membros da Guarda Nacional perto da Casa Branca na quarta-feira.

A paralisação temporária “interrompeu as chegadas ao Aeroporto Internacional Reagan de Washington devido à localização das aeronaves envolvidas na resposta ao incidente de hoje”, disse a FAA num novo comunicado. “As operações normais foram retomadas.”

O incidente parece ter desencadeado uma resposta de todas as agências de segurança de Washington, dos Serviço Secretos à Polícia Metropolitana e à Polícia de Trânsito do Metro.

Mais 500 militares enviados

O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, deu entretanto conta de que Trump solicitou o envio de mais 500 militares para Washington. “Isto aconteceu a poucos passos da Casa Branca e não será tolerado. É por isso que o presidente Trump me pediu — e eu pedirei ao secretário do Exército e à Guarda Nacional — o envio de 500 soldados adicionais, membros da Guarda Nacional, para Washington”, disse.


Militares da Guarda Nacional estão em Washington desde Agosto, quando Trump os mobilizou para as ruas como parte das suas medidas de repressão à imigração e ao crime em cidades governadas por democratas. Nesta quarta-feira, havia cerca de 2200 soldados da Guarda Nacional em Washington, incluindo tropas do próprio distrito, bem como da Louisiana, Mississippi, Ohio, Carolina do Sul, Virgínia Ocidental, Geórgia e Alabama.

Trump, um republicano, sugeriu repetidamente que o crime desapareceu da capital como resultado do envio das tropas, o que foi fortemente criticado pelos democratas.

Notícia corrigida às 21h34 com nova informação do governador da Virgínia Ocidental. O responsável que antes garantira que os dois militares tinham morrido, diz agora que está a receber “informações contraditórias”.