A estudante do curso de Letras da USP Rafaela Regina tem como objetivo normalizar a diversidade a partir da ficção. Ela apresentou o seu livro Aurora: Sol Assurgente na Bienal do Livro, no Rio de Janeiro e em São Paulo, em 2024, quando lançou a versão física com a editora LGBTQ+ Se Liga Editorial. Mas sua primeira publicação foi digital e por conta própria, e todo o processo de produção durou quatro anos. “Ser uma autora independente é ter um prejuízo financeiro e, às vezes, físico, bem grande, mas é o único jeito de [sua história] sair da própria bolha”, diz a escritora.

Com personagens diversos, Rafaela constrói um romance de gênero fantástico, mas que aborda temas reais. O preconceito, a autoestima e a busca pela aceitação são desafios de um mundo em que a protagonista, Aurora Angelo, se sente desconectada. “Por mais que o livro seja escrito para adolescentes, ele também é para as pessoas que querem ter uma história com uma protagonista gorda, lésbica, neurodivergente. E, claro, para as pessoas LGBTQ+”, fala a autora.

Na Bienal deste ano, o livro de Rafaela foi o mais vendido entre os da Se Liga Editorial, com todas as 135 cópias da tiragem compradas. Frente ao movimentado estande do TikTok, ela pôde apresentar o trabalho para várias pessoas. No ano passado, em São Paulo, a editora enviou uma quantidade limitada de exemplares para o evento, que esgotaram dois dias antes da sessão de autógrafos.

Na história que cativou os leitores, Aurora herdou poderes e uma maldição, que precisam ser escondidos da sociedade. A adolescente parte em uma jornada de aventuras e autoconhecimento para entender que não está sozinha e que suas heranças não precisam ter apenas um lado negativo, mas também podem ser armas poderosas; literalmente.