Podia ter chegado finalmente ao céu (possível), acabou por ficar a meio caminho do inferno (provável). Se um jogo não consegue definir uma época, a receção do Manchester United ao Everton trazia a possibilidade de inverter em definitivo um rumo de insucessos e colocar os red devils em lugares de acesso à Champions. Após uma série de cinco jogos sem derrotas, com três vitórias e dois empates, tudo voltou à estaca zero: um futebol previsível, um erro a valer um golo numa das raras oportunidades contrárias, uma incapacidade que não era esperada de não conseguir ser melhor com mais um em campo desde os 13′. Sim, e houve mais um recorde: pela primeira vez o United perdeu jogando contra dez em casa, depois de um registo com 36 vitórias e dez empates. De forma inevitável, os fantasmas do passado voltaram a pairar no clube.
“Eles foram a melhor equipa com 11 jogadores e também com dez. Senti que não estávamos lá com a mesma intensidade. Eles mereceram a vitória. Precisamos de fazer mais em todos os momentos. Se eles estão com dez, vamos pressioná-los até ao último terço do campo. Estou muito frustrado, como qualquer outra pessoa que apoia o Manchester United. A forma como começámos o jogo, não compreendemos como devíamos jogar contra dez homens. Eles mereceram ganhar. Tivemos muitas oportunidades mas faltou qualidade e tomada de decisões”, assumiu Ruben Amorim após a derrota, que impediu a subida a quarto.
1 – Manchester United have lost a Premier League game at Old Trafford after seeing the opposition pick up a red card for the first time ever, winning 36 and drawing 10 of the previous 46. Upset. pic.twitter.com/wGs8jqiUMK
— OptaJoe (@OptaJoe) November 24, 2025
Se parece um retrocesso? Sim. Especialmente na forma como jogámos. Esqueçam o resultado, que é realmente mau, mas fiquei mais preocupado foi com a sensação que tive durante o jogo. Todos deviam ter jogado melhor. O que disse aos meus jogadores depois do jogo? Nada. Temos treino amanhã [terça-feira], vamos lidar com isso amanhã”, acrescentou o técnico à BBC.
Seguia-se uma deslocação a Londres para defrontar um Crystal Palace que jogara fora com o Estrasburgo na Liga Conferência esta quinta-feira, nessa tentativa de retomar os sinais de recuperação das últimas semanas numa semana em que os adeptos ganharam mais uma “balão de oxigénio” para o futuro com a apresentação do imponente novo estádio que os responsáveis preparam para a próxima década, com capacidade para 100 mil espectadores e esse mote que outrora já se aplicou também a uma parte mais ligada ao futebol: “O que Manchester faz hoje, o mundo faz amanhã”. Já foi assim em campo, deixou de ser assim em campo.
We are proud to support Trafford Council’s bid to become a host city for the FIFA Women’s World Cup 2035 ????????
❤️ #AllTogether
— Manchester United (@ManUtd) November 28, 2025
“Acho que devíamos ter mais pontos porque tivemos controlo e vantagem em alguns jogos e perdemos esse controlo. É realmente dececionante e frustrante, especialmente no último jogo. É hora de recomeçar. A semana foi difícil mas o processo tem de continuar e temos de seguir em frente, compreendendo que na liga tudo pode mudar rapidamente. Como melhorar rendimento fora? As mesmas coisas que temos de fazer para mostrar aos jogadores por que perdemos o controlo contra o Nottingham Forest e o Tottenham. Esses jogos estavam ao nosso alcance para vencer. Às vezes, um pequeno detalhe pode mudar tudo. Este ano, quando jogámos em casa, a intensidade foi maior. É difícil apontar uma única razão para não estarmos a ganhar fora de casa, precisamos de saber como finalizar os jogos para ganhar”, apontara agora Amorim.
ℹ️ In case you missed it, Ruben had fitness updates on three Reds earlier today ????
— Manchester United (@ManUtd) November 28, 2025
Introducing your United XI for today’s midday kick-off! ????
— Manchester United (@ManUtd) November 30, 2025
Em paralelo, e numa fase em que se fala novamente mais do “sistema”, o técnico abordou também a forma de jogar de Oliver Glasner nos londrinos com uma linha a três tal como o United apesar da ideia e da identidade de jogo diferentes. “É diferente, isso pode ser compreendido através dos dados. É difícil explicar tudo. Estão a fazer as coisas melhor do que nós. É bastante simples. Não se pode dizer que todas as equipas que jogam em 4x3x3 jogam da mesma forma. Jogamos em momentos diferentes, defendemos em espaços diferentes, atacamos de forma diferente. Estão simplesmente a fazer as coisas melhor do que nós”, referiu. Durante 45 minutos, o filme voltou a ser esse. No entanto, e contra o corrente do jogo, o United aproveitou duas bolas paradas para fazer a reviravolta com assistências de Bruno Fernandes (que subiu ao top 4 dos jogadores com mais assistências pelo clube, só atrás de Giggs, Rooney e Beckham) para os “proscritos” Zirkzee e Mason Mount em menos de dez minutos, deitando por terra todos os fantasmas dos encontros fora com o segundo triunfo como visitante na Premier League e uma prometedora subida a sexto (a um ponto da Champions).
56 – Bruno Fernandes now has more Premier League assists for Manchester United (56) than Paul Scholes (55). Only Ryan Giggs (162), Wayne Rooney (93), and David Beckham (80) have provided more for the Red Devils in the competition. Climbing. pic.twitter.com/qmJW8DPZ2i
— OptaJoe (@OptaJoe) November 30, 2025
Com muitas ausências e apenas duas alterações na equipa inicial face à partida com o Everton (entraram Diogo Dalot e Mason Mount para os lugares de Mazraoui e Dorgu), o Manchester United ficou muito perto do primeiro golo logo no minuto inicial, na sequência de um lançamento longo de Dalot com Casemiro a não conseguir dar o toque final para a baliza de Dean Anderson, mas não conseguiu aproveitar essa entrada para agarrar no comando do jogo de forma assertiva, ficando à beira de sofrer em mais um lance caricato que teve um corte de cabeça de De Ligt a bater nas pernas de Yoro e a isolar Mateta, que rematou ao lado (14′). Era o meio-campo do Crystal Palace que ditava leis, com uma teia defensiva que tirava os espaços ao United e lançava saídas verticais após recuperação de bola, com Adam Wharton a ameaçar também o golo (20′).
Manchester United have failed to score in each of their last four Premier League games against Crystal Palace – only against Blackburn (1920-1922) and Everton (1971-1973) have they ever failed to score in five consecutive league games.#Ad | @Betfair | https://t.co/BAR29yd1o1 pic.twitter.com/tZDrocc5U6
— Opta Analyst (@OptaAnalyst) November 30, 2025
As imagens focavam Ruben Amorim, todas as atenções estavam concentradas em Ruben Amorim. A posse do Manchester United não tinha resultados práticos, as tentativas de explorar a profundidade com movimentos de rutura de Bruno Fernandes não funcionava e a vantagem do Crystal Palace parecia algo inevitável, com Mateta a sofrer uma falta ingénua de Leny Yoro e a inaugurar o marcador de grande penalidade depois de uma primeira tentativa anulada por dois toques na bola (36′). O avançado francês voltava a brilhar, Adam Wharton dava um show no meio-campo, Muñoz liderava uma defesa que controlava as incidências sem problemas e o Manchester United tinha de mudar tudo e mais alguma coisa para reentrar no encontro.
Mateta e chuto na bandeirola de canto (duas vezes, porque a primeira foi anulada) ????
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A segunda parte não trouxe propriamente grandes alterações, com o Crystal Palace a sentir-se sempre muito confortável no jogo perante a incapacidade de o Manchester United chegar ao último terço. Aliás, demasiado confortável. E foi assim que chegou o empate, na sequência de um livre lateral batido por Bruno Fernandes com Zirkzee a rematar colocado quase sem ângulo (54′). Não foi a partir daí que houve um grande domínio, foi a partir daí que o Manchester United voltou a acreditar mais. Tanto que, menos de dez minutos depois, a bola parada voltou a fazer a diferença, com Bruno Fernandes a dar um pequeno toque num livre descaído na esquerda para o remate rasteiro de Mason Mount que fez o 2-1 (63′). Não mais o Crystal Palace voltou a ter o mesmo ímpeto, não mais o Manchester United voltou a tremer e ainda houve tempo para o regresso de Lisandro Martínez à competição com minutos de utilização após uma longa paragem.
O segredo? Bola parada demorada ???? Mason Mount
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364 – Joshua Zirkzee has scored his first Premier League goal since scoring a brace against Everton in December 2024, 364 days ago. It ends his run of 24 league appearances without scoring. Awaited. pic.twitter.com/BKzFhKxS6v
— OptaJoe (@OptaJoe) November 30, 2025
Se achaste que não havia ângulo, vê de novo, porque o Zirkzee também o viu ????
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???????????????????????????? MANCHESTER UNITED | Bis de assistências de Bruno volta a dar esperança a barbeiros ✂️
◉ O United de Amorim voltou às vitórias, ainda que de reviravolta e com clara eficácia acima da produção, com o capitão Bruno Fernandes ???????? a assistir ambos os golos e a ainda ajudar e muito… pic.twitter.com/VYOJscUfPh
— GoalPoint (@_Goalpoint) November 30, 2025