Questionado sobre o risco do Bloco de Esquerda desaparecer, José Manuel Pureza assume firmeza: “Dá-me toda a determinação esse vaticínio que é um bocadinho a minha vida aqui no Bloco”.

Ao longo do percurso como militante no partido, Pureza afirma que “sempre” existiu esta previsão, mas garante que isso só dá “a todos os bloquistas uma enorme determinação para ganharmos mais força e darmos mais força à esquerda”.

O novo coordenador do partido, eleito no domingo, fala de consensos e afirma que é um homem de “pontes à esquerda”.

Referindo que é preciso atualizar o programa do partido para “adequar” ao presente, o dirigente bloquista diz que isso não chega para “responder àquilo que são os grandes desafios do nosso tempo à esquerda”.

“É um caminho que tem que ser feito com muita gente”, começa por dizer, destacando que fez parte de muitas iniciativas no passado: “A minha vida é um bocadinho isso, é fazer pontes à esquerda”.



“Já estou a fazer os primeiros contactos”
, garante, “no sentido de conversarmos com estruturas partidárias, com movimentos, com ativistas, com gente que na sociedade portuguesa dá voz à insubmissão perante aquilo que é o governo mais à direita de sempre, desde o 25 de abril”.

O líder do Bloco de Esquerda voltou a assumir que é precisa firmeza neste momento crítico do partido, mas, questionada sobre o que pretende mudar em relação à liderança anterior, diz que “não se trata de mudar em relação à Mariana Mortágua”.

Sublinha antes que “trata-se evidentemente de manter a firmeza naquilo que são as grandes apostas, bandeiras e causas que deram origem ao Bloco de Esquerda”, em que “é preciso realmente mudar algumas coisas”, como um “maior enraizamento do Bloco de Esquerda, dos militantes, em todos os terrenos da sociedade portuguesa”.

Entrevista completa de José Manuel Pureza à jornalista Eduarda Maio