A agente secreta e escritora britânica Stella Rimington, conhecida por ter sido a primeira mulher a dirigir o MI5, morreu aos 90 anos, em Londres, anunciou esta quarta-feira a sua família, em comunicado.

Stella Rimington nasceu no dia 13 de Maio de 1935, em South Norwood, em Londres, e morreu no domingo à noite “rodeada pela sua família e pelos seus cães”, declararam os familiares na nota de imprensa.

“Ela agarrou-se com determinação à vida que amava até ao seu último suspiro”, acrescentaram.

Stella Rimington foi apelidada a “primeira-dama da espionagem” quando chegou ao cargo de directora geral do serviço de segurança MI5, que ocupou entre 1992 e 1996, numa área onde a cultura masculina predominava.

Stella Rimington entrou para o MI5 a tempo inteiro em 1969, depois de ter trabalhado a tempo parcial como funcionária dos serviços secretos britânicos na Índia, onde viveu durante quatro anos com o marido, o diplomata John Rimington.

A “primeira-dama da espionagem” dirigiu os ramos operacionais de contraespionagem, contra-subversão e contra-terrorismo da agência de segurança e ocupou também o cargo de diretora-geral adjunta antes de se tornar chefe do MI5.

Durante o período em que esteve à frente dos serviços secretos britânicos, recebeu ameaças do Exército Republicano Irlandês (IRA) e da Rússia, ao mesmo tempo que começava a surgir o terrorismo islâmico.

Depois de deixar o MI5, em 1996, foi nomeada Dame of the Bath (em português, Dama da Ordem do Banho) pelos serviços prestados ao país, e iniciou uma carreira de romancista, com livros como Perigo imediato (2004) e The Hidden Hand, publicado em Janeiro deste ano.

O actual director-geral do MI5, Ken McCallum sublinhou que “como primeira mulher a chefiar qualquer agência de espionagem do mundo, Stella Rimington quebrou barreiras antigas e foi exemplo visível da importância da diversidade na liderança”.

Stella Rimington é considerada a principal inspiração da personagem ‘M’ da saga de filmes James Bond.