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A nova família de videogames da Valve, lançada em novembro, representa uma segunda tentativa da empresa de entrar no mercado de consoles. A aposta é arriscada, já que o setor é arenoso, com ao menos três fabricantes com grande fatia de mercado e competitividade dificultada.
O Steam Machine, computador compacto para jogos, o Steam Controller, joystick personalizável, e o Steam Frame, headset de realidade virtual, apostam na compatibilidade de uma série de jogos já lançados na plataforma de games da Valve e na otimização para bons gráficos e desempenho satisfatório.
Por outro lado, o provável preço mais alto dos aparelhos mesmo com especificações modestas pode afastar um potencial consumidor. Ainda, é mais provável que o produto ganhe, ao menos por enquanto, tração entre os próprios consumidores de produtos Steam do que converta um consumidor da Nintendo ou PlayStation.
A Valve, fundada em 1996 e prestes a completar 30 anos, sempre teve muito sucesso na produção e distribuição de jogos para computadores. Sua primeira empreitada no hardware não teve bons resultados.
Ocorreu na primeira geração do Steam Machine, em um modelo heterodoxo para os padrões de mercado: várias empresas construiriam versões diferentes, mais ou menos potentes, de suas máquinas. O Steam Controller também já existia e poderia acompanhar esses computadores.
Alguns aparelhos eram vendidos por Asus e Alienware, por exemplo, e rodavam o SteamOS, sistema operacional próprio da empresa americana baseado em Linux. A ideia era não apenas competir com Sony, Microsoft e Nintendo, como também oferecer uma solução de jogos em telas maiores, sem que o usuário perca a essência do computador em si.
Além da fragmentação de vendas, o sistema que a Valve desenvolveu não fomentava a compatibilidade de muitos títulos. Enquanto a Steam tinha vasto catálogo para Windows, o SteamOS ainda patinava em adaptações ou em compatibilidade com os títulos já lançados. O resultado foi o esquecimento e o fracasso nas vendas.
Dez anos depois e após o lançamento do Steam Deck, portátil da empresa, o momento é outro, mais favorável ao lançamento dos novos aparelhos. O SteamOS mudou e agora consegue executar em Linux jogos fabricados para Windows, expandindo a oferta de games disponíveis.
Com o portátil, a desenvolvedora também mudou a tática na produção do hardware e agora concentra as especificações, vendas e distribuição. O novo Steam Machine roda todos os jogos em 4K apesar de não ter os melhores chips do mercado. Modesto, mas suficiente para a balança custo-benefício.
Mas nem tudo são flores e a própria Valve atesta isso. O primeiro problema é o preço: há especulações de que o computador custe entre US$ 600 e US$ 700 (entre cerca de R$ 3.200 e R$ 3.800). A título de comparação, o PlayStation 5 Pro, muito mais potente, custa entre US$ 649 e US$ 749 (entre R$ 3.500 e R$ 4.000).
O engenheiro Pierre-Loup Griffais afirmou, em entrevista ao canal do YouTube Skill Up, que a Valve não subsidiará os preços do aparelho como Sony e Microsoft fazem com seus hardwares. Isso pode aumentar ainda mais os valores ao usuário.
A desenvolvedora americana afirma que os aparelhos Steam atrairiam veteranos em busca de experiência otimizada para TV ou consumidores que querem um PC gamer, mas não sabem de onde começar. Tendo em vista o possível preço alto dos aparelhos Steam e seu posicionamento em termos de especificações, é possível que nenhum dos dois públicos seja cativado pelos hardwares.
O consumidor pode ser avesso a riscos e preferir gastar seu suado dinheiro em apostas garantidas. O veterano, já imerso neste mercado, pode decidir por um computador convencional e muito mais potente com preço semelhante ao do Steam Machine, por exemplo. Já o jogador indeciso sobre jogar no PC pode simplesmente ver mais vantagem em adquirir um PlayStation, um Switch 2 ou um Xbox Series X|S.
Sem exclusivos de peso, preço chamativo ou robustez técnica para competir com os mais caros computadores de jogos, sobra o já usuário de itens da Steam, como o comprador do Deck. Segundo a Valve, aproximadamente 20% dos usuários do portátil usaram o dock para conectar o dispositivo à TV. Eles certamente podem querer uma experiência em alta resolução —e o Machine vem a calhar aqui.
Isso tudo ainda vai depender do lançamento oficial e do quanto o console custará. A ver o quanto a Valve estava correta em colocar novas fichas no mundo dos consoles.
Play
dica de game, novo ou antigo, para você testar
My Little Puppy
(PC, PS5, Xbox Series X|S)
Para quem já teve animais de estimação e sentiu a perda deles, este jogo serve como “terapia”, com as devidas ressalvas. A história se concentra em Bong-gu, cachorro da raça corgi que vive no paraíso canino. Ele sente o cheiro de seu dono na vida após a morte e embarca em uma jornada em busca dele. O cão, então, passeia por oceanos, desertos e campos, esbarrando com outras pessoas e cachorros, que também procuram por seus tutores. É emocionante e tocante acompanhar, enquando jogador, a jornada. O título rende não apenas lembranças, como lágrimas e esperança, e por isso vale a pena.
Update
novidades, lançamentos, negócios e o que mais importa
- Um dos chefes executivos da CD Projekt RED, Michal Nowakowski, afirmou que “The Witcher 4” não será lançado em 2026. A produção do jogo segue cronograma interno, e o plano é lançar uma nova trilogia em um período de seis anos. O diretor compartilhou a estratégia em um encontro com acionistas. Segundo Nowakowski, o planejamento considera o arco da história, também dando previsibilidade no processo de desenvolvimento e respeitando padrões de qualidade do estúdio. Ele ressaltou o comprometimento em evitar problemas enfrentados no lançamento de “Cyberpunk 2077”.
- Benjamin Chue, ex-animador da Rockstar, acabou possivelmente revelando detalhes inéditos do “GTA 6” ao buscar um novo emprego. O profissional publicou um pequeno vídeo de portfólio no Vimeo com cerca de 19 segundos de jogatina do futuro título. Nas cenas, é possível ver um personagem retirando uma bicicleta de um bicicletário e uma personagem descendo de um carro. Além dos designs de projetos ainda não lançados, Chue inseriu no material trabalhos já lançados, como “Max Payne 3”, “Read Dead Redemption 2” e “GTA 5”.
- Ari Gibson, um dos co-fundadores da Team Cherry, afirmou em entrevista à Bloomberg na última sexta-feira (28) que o estúdio pode ir além dos jogos da série “Hollow Knight”. Ele ressaltou que a equipe atualmente trabalha em conteúdo adicional para “Hollow Knight: Silksong”, mas que a empresa já discute títulos diferentes. “Então teria uma linha em comum que as pessoas estariam familiarizadas. Isso não é dizer que não vamos retornar a mundos de Hollow Knight. Não queremos ser exclusivamente as pessoas que fazem Hollow Knight.”
- A Nintendo anunciou, na última quinta-feira (27), adquirir a Bandai Namco Sigapura. A desenvolvedora, estabelecida em 2013, trabalha com a gigante japonesa há anos dando suporte aos jogos da franquia “Splatoon”. A partir de agora, a dona do Mario terá 80% das ações do estúdio, em transação com expectativa de conclusão em abril do ano que vem. A Nintendo afirmou pretender comprar os 20% restantes posteriormente. O nome da desenvolvedora também mudará, para Nintendo Studios Singapura.
- A equipe de “Valorant” da Team Liquid Visa venceu o mundial do game nesta segunda-feira (1º) em Seul, capital coreana. A equipe, formada apenas por mulheres, já tinha sido vice-campeã da modalidade em 2023, e agora derrotou a SR Gold para alcançar o título. O time também se sagrou heptacampeão do campeonato brasileiro do jogo.
- O designer Gustavo Bonzanini criou o design de um Super Nintendo dentro de um par de tênis. O modelo é chamado de Air Snes, por ter sido criado com o Nike Air Max 90, e homenageou o lançamento do console da Nintendo no Japão, que completa 35 anos. O calçado-console usa um chip Raspberry Pi Zero W com o emulador RetroPie. Conta com bateria com 30 minutos de autonomia, com porta HDMI integrada. O tênis é compatível com o controle original do console da gigante japonesa, mas é possível usar um kit de modificação para joysticks sem fio.
- A Oca, no parque Ibirapuera, será sede entre esta quinta-feira (4) e este domingo (7) do South America League, campeonato continental de “Tom Clancy’s: Rainbow Six Siege“. O vencedor do torneio regional conquista uma vaga no Six Invitational 2026, campeonato mundial do game e que ocorrerá em Paris, em fevereiro. Equipes como FaZe Clan, Furia, Loud, Team Liquid e W7M participarão, concorrendo à premiação de US$ 100 mil (cerca de R$ 530 mil). É possível adquirir ingressos restantes, que custam a partir de R$ 25.
Download
games que serão lançados nos próximos dias e promoções que valem a pena
1º.dez
“Ghost Town” (PS5, PSVR 2)
“Marvel Cosmic Invasion” (Nintendo Switch, Switch 2, PC, PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X|S)
2.dez
“Assassin’s Creed Shadows” (Nintendo Switch 2)
“Destiny 2: Renegades” (PC, PS5, Xbox Series X|S)
“Kingdom of Night” (PC)
“Red Dead Redemption” (Androis, iOS, Nintendo Switch 2, PS5, Xbox Series X|S)
“Sleep Awake” (PC, PS5, Xbox Series X|S)
3.dez
“Guild Wars Reforged” (PC)
“Let it Die Inferno” (PC, PS5)
4.dez
“Blood Refreshed Supply” (Nintendo Switch, PC, PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X|S)
“Cloudheim” (PC)
“Football Manager 26” (Nintendo Switch, Switch 2)
“Metroid Prime 4 Beyond” (Nintendo Switch, Switch 2)
“Octopath Traveler 0” (Nintendo Switch, Switch 2, PC, PS4, PS5, Xbox Series X|S)
“Sonic Racing CrossWorlds” (Nintendo Switch 2)
5.dez
“Angst: A Tale of Survival” (PC)