De acordo com a emissora norte-americana, o almirante Frank Bradley disse, numa audiência privada com duas comissões do Senado, a câmara alta do parlamento, que a lancha navegava ao lado de um navio maior que seguia para o Suriname.
Segundo fontes que pediram para não serem identificadas, Frank Bradley argumentou que, segundo os relatórios dos serviços de informação, é possível que o navio maior transportasse droga, que tinha como destino final os Estados Unidos.
A Administração do presidente Donald Trump e o secretário da Defesa, Pete Hegseth, estão a enfrentar críticas devido a esta operação, em que 11 pessoas morreram. Na semana passada, o jornal “Washington Post” revelou que dois sobreviventes do primeiro ataque, que se agarravam à embarcação em chamas, foram mortos num segundo ataque, autorizado por Hegseth.
Na quinta-feira, o congressista democrata Jim Himes afirmou que o ataque matou “marinheiros náufragos” depois de ter assistido a um vídeo do Pentágono exibido a membros do Congresso.
Segundo Himes, o vídeo mostrava “dois indivíduos claramente em perigo, sem qualquer meio de transporte, que foram mortos pelos Estados Unidos”.
De acordo com as forças armadas, o barco foi atingido quatro vezes, a primeira das quais partindo-a ao meio, e mais três vezes, matando dois sobreviventes que tentavam agarrar-se a uma parte da embarcação antes de esta se afundar.
O almirante Frank Bradley relatou que, antes do segundo ataque, os sobreviventes acenaram com um objeto no ar, mas não ficou claro se se estavam a render ou a pedir ajuda.
Desde setembro que o exército norte-americano tem vindo a realizar pelo menos 22 ataques aéreos contra embarcações, principalmente no mar das Caraíbas, que já mataram 87 pessoas, sem apresentar qualquer prova da sua ligação ao narcotráfico.
Esta semana, a família de um pescador da Colômbia denunciou uma possível “execução extrajudicial” perante a Comissão Interamericana de Direitos Humanos durante outro ataque, no oceano Pacífico, em setembro.
Os Estados Unidos realizaram na quinta-feira mais um ataque aéreo no Pacífico contra uma embarcação alegadamente utilizada por traficantes de droga, matando quatro pessoas, anunciou o Exército norte-americano.
Trump disse na quarta-feira que as operações militares em torno da Venezuela vão “muito além” de uma campanha de pressão contra o presidente Nicolás Maduro e insistiu que “em breve” poderão começar operações em terra semelhantes às que têm sido realizadas em águas internacionais.