Investidores preferem Tarcísio Freitas e não veem Flávio Bolsonaro capaz de ganhar a Lula que lidera as sondagens a menos de um ano das presidenciais. Jair Bolsonaro já anunciou apoio ao seu filho.
Flávio Bolsonaro vai ser candidato à presidência do Brasil em 2026 e vai contar com o apoio do seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Os mercados reagiram negativamente, com a maior bolsa do Brasil (Ibovespa) a afundar mais de 4,3% na sexta-feira, com o pior dia desde 2021. O dólar disparou no Brasil e fechou acima dos 5,40 reais.
Os analistas apontam que os investidores reagiram mal ao facto de Jair Bolsonaro ter deixado cair o apoio ao governador de São Paulo, Tarcísio Freitas, que seria bem visto pelos investidores.
“Tarcísio tem, para o mercado financeiro, essa figura de que vai resolver isso [promover políticas económicas mais liberais], com maior probabilidade hoje do que o presidente atual”, disse à “CNN Brasil” o diretor de investimentos da Nomos.
Sobre o nome de Flávio Bolsonaro, o analista considera que tem “chances irrisórias de ganhar as eleições” porque a rejeição ao clã Bolsonaro “é muito alta. O Tarcísio é um candidato que não tem uma rejeição alta e, ao mesmo tempo, captura grande parte dos eleitores do clã Bolsonaro”.
Já Gustavo Cruz da RB Investimentos apontou que “a leitura é que um filho do ex-presidente Bolsonaro pode chegar ao segundo turno, mas não seria competitivo para vencer as eleições. E o mercado prefere alguns dos governadores”.
Para Sérgio Vale da MB Associados, “Flávio não tem uma visão para as reformas económicas que Tarcísio ou outros governadores teriam”.
Uma sondagem hoje divulgada coloca Lula da Silva (PT) como favorito dos inquiridos nas presidenciais, liderando a corrida à frente de Tarcísio de Freitas (Republicanos) por 5 pontos, e com mais 6 pontos face ao governador paranaense Ratinho Jr. (PSD-PR). Já Flávio Bolsonaro (PL-SP) está a 15 pontos de distância de Lula, segundo o inquérito do Datafolha.