As previsões para dezembro deixam pouca margem para dúvidas: a chuva vai marcar presença em boa parte de Portugal e há regiões que poderão enfrentar dias consecutivos de precipitação. O cenário é explicado por uma perturbação no vórtice polar, que voltou a destabilizar a circulação atmosférica e a intensificar a corrente de jato, avançou a Luso Meteo, site especializado em meteorologia. É este reforço que está a canalizar sucessivas frentes para Portugal, sobretudo no Norte e Centro, onde a precipitação acumulada já ultrapassa valores significativos para esta altura do ano.

Segundo a publicação especializada, o fenómeno deverá manter-se ativo ao longo das próximas semanas, criando um padrão persistente de instabilidade. Apesar de momentos ocasionais de abertas, o mês apresenta tendência para ser globalmente húmido, com vários episódios de chuva contínua em Portugal. A incerteza aumenta à medida que se avança para meados do mês, uma vez que o anticiclone e as depressões atlânticas continuam em confronto.

Previsões apontam para mais chuva no Norte e Centro de Portugal

De acordo com a Luso Meteo, os modelos meteorológicos indicam que as frentes mais intensas poderão ocorrer entre os dias 9 e 12 de dezembro, com especial impacto no Minho, Douro Litoral, Trás-os-Montes e Beira Litoral. Os acumulados previstos para estas zonas podem ultrapassar facilmente os 200 litros por metro quadrado ao longo de vários dias.

Nas regiões Centro e Sul, a evolução será mais variável, dependente da posição do anticiclone. A fonte refere que, embora o Sul tenha registado menor precipitação até agora, existe probabilidade de as frentes descerem em latitude já na segunda semana do mês. Ainda assim, mantém-se elevada a incerteza quanto à distribuição da chuva nestas áreas.

Vórtice polar volta a sofrer perturbações

A perturbação atual replica o padrão observado no final de novembro, quando a corrente de jato se reforçou e conduziu a um período mais húmido no território. Segundo a mesma fonte, o vórtice polar deverá sofrer novas alterações entre os dias 12 e 14 de dezembro, podendo originar nova sequência de frentes ativas. Os especialistas alertam, contudo, que os modelos têm apresentado grande variabilidade devido à complexidade da circulação atmosférica nesta fase do ano.

O cenário mais provável aponta para um dezembro dominado por regimes NAO+ e situações de bloqueio, mantendo a influência marítima e um fluxo persistente de sudoeste. Este quadro reduz a possibilidade de entradas de ar polar intenso, afastando, para já, episódios de frio extremo. É possível que ocorram descidas pontuais da temperatura e queda de neve nas montanhas, mas sem as características de uma vaga de frio.

Mar muito agitado ao longo do mês

A Luso Meteo acrescenta que o Atlântico continuará extremamente ativo, com vários ciclones em cavamento rápido que poderão provocar períodos de forte agitação marítima. Os avisos laranja devido à ondulação elevada já estão em vigor para vários distritos, podendo prolongar-se por vários dias. Em alguns momentos, as ondas podem superar os 6 ou 7 metros na costa ocidental.

Mesmo sem tempestades particularmente intensas em terra, o risco marítimo deverá manter-se elevado durante grande parte do mês, exigindo precaução redobrada junto à orla costeira.

O que esperar até ao final de dezembro

Para já, as previsões sugere que dezembro poderá registar precipitação quase diária, embora em diferentes intensidades.

O comportamento do anticiclone nas últimas semanas do mês será determinante para perceber se dezembro terminará como um dos mais chuvosos dos últimos anos ou apenas como um mês húmido, dentro da normalidade.

Enquanto essa resposta não chega, a recomendação mantém-se: acompanhar as atualizações meteorológicas e estar atento aos períodos de maior impacto, sobretudo nas regiões Norte e Centro, que continuam a ser as mais expostas.

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