// Samuel Weidenhofer / Facebook
Ed Bambas (à direita) com o criador de conteúdos Samuel Weidenhofer
Depois de uma vida a trabalhar, um norte-americano de 88 anos ainda trabalhava cinco dias por semana num supermercado. Em poucos dias, pessoas desconhecidas juntaram quase 2 milhões de dólares para que finalmente se pudesse reformar.
Até ao início deste mês, Ed Bambas fazia parte do vasto grupo de norte-americanos mais idosos que continuam a trabalhar, sem reforma à vista. Com 88 anos, depois de ter perdido a reforma há 7 anos, o veterano norte-americano ainda trabalhava 5 dias por semana, num supermercado em Detroit.
Mas, há uns dias, a sua vida mudou: cruzou-se com o criador de conteúdos e influencer Samuel Weidenhofer, que soma 12 milhões de seguidores nas redes sociais, onde faz algo peculiar: distribui bondade.
Na segunda-feira da semana, Weidenhofer lançou uma angariação de fundos na plataforma GoFundMe, para ajudar Bambas a deixar o trabalho e poder finalmente reformar-se.
“Estou a lançar esta campanha para ajudar o Ed a viver a vida que merece, para finalmente lhe dar algum alívio, conforto e a tranquilidade que vem de saber que pode desfrutar dos seus últimos anos sem uma luta constante”, escreveu Weidenhofer na GoFundMe.
A angariação tinha uma meta inicial de 1 milhão de dólares, que já foi largamente ultrapassada: à hora desta edição, mais de 65.500 pessoas já tinham contribuído com um total de 1.898.497 dólares, cerca de 1,6 milhões de euros, que forma reunidos em menos de uma semana, por milhares de desconhecidos.
Num vídeo partilhado por Weidenhofer nas redes sociais, Bambas explica que é um veterano do exército, com 88 anos, que trabalha num supermercado de Detroit cinco dias por semana, oito horas por dia. Reformou-se da General Motors em 1999, mas perdeu a pensão quando a empresa entrou em bancarrota, em 2009.
Bambas contou a Weidenhofer que a mulher, que morreu há sete anos, estava doente na altura em que deixou de receber a pensão. Sem essa pensão, Bambas teve de voltar ao mercado de trabalho.
De acordo com dados do Censo dos EUA de 2023, quase 550 mil norte-americanos com 80 ou mais anos continuam a trabalhar, realça o Business Insider. Embora alguns o façam movidos por vontade própria de continuar a trabalhar, outros aceitam empregos para fazer frente à insegurança financeira.
Alguns trabalhadores acima dos 80 anos disseram ao Insider que usam o rendimento para complementar a Segurança Social e outras prestações de reforma. Temem que, sem esse dinheiro extra, não consigam suportar o custo de vida.
Weidenhofer partilhou na sexta-feira um vídeo de Bambas a receber o cheque da GoFundMe. “É daquelas coisas com que se sonha”, diz Bambas, que agradeceu a todos os que contribuíram para a campanha. “Não consigo exprimir por palavras o quão agradecido estou a todas as pessoas”, afirmou.
Nascido em Adelaide, na Austrália, Weidenhofer foi diagnosticada ainda jovem com dispraxia verbal, ou apraxia da fala na infância, uma deficiência motora da fala em que o cérebro tem dificuldade em coordenar os movimentos da língua, boca e mandíbula para formar palavras.
“Fui enviado para um jardim de infância especial, fiz oito anos de terapia, os meus pais nunca pensaram que eu seria capaz de comunicar adequadamente”, conta o influencer à CBN News.
“Portanto, ver que uma voz pode fazer tanta diferença no mundo, uma voz com a qual eu nem sabia que seria capaz de comunicar adequadamente, aumenta muito a consciencialização sobre as pessoas com deficiências invisíveis”.
E sem dúvida, Weidenhofer está a fazer a diferença.
