De&nbspEuronews&nbspcom&nbspAP

Publicado a
06/08/2025 – 10:54 GMT+2


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Um surto do vírus chikungunya na China levou as autoridades a tomarem medidas preventivas, desde redes mosquiteiras a nuvens de desinfetante, ameaças de multas para quem não eliminar a água parada e até mesmo o uso de drones para localizar locais de reprodução de insetos.

Mais de 7.000 casos da doença foram registados até quarta-feira, concentrados principalmente no centro industrial de Foshan, perto de Hong Kong, que contabilizou apenas um caso.

O número de novos casos parece estar a diminuir lentamente, de acordo com as autoridades.

O chikungunya é transmitido por mosquitos e causa febre e dores nas articulações, de forma semelhante à dengue. Os jovens, os idosos e as pessoas com condições médicas pré-existentes são os que correm maior risco.

A televisão estatal chinesa mostrou casos de trabalhadores a pulverizarem nuvens de desinfetante nas ruas da cidade, em áreas residenciais, em canteiros de obras e noutras áreas onde as pessoas podem entrar em contato com mosquitos portadores do vírus, que nascem em águas paradas.

Os trabalhadores pulverizaram alguns locais antes de entrarem nos edifícios de escritórios, um regresso às controversas táticas de linha dura utilizadas na China para combater o vírus da covid-19.

As pessoas que não esvaziem garrafas, vasos de flores ou outros recipientes ao ar livre podem ser multadas até 10.000 yuan (1.208 euros) e ver a sua eletricidade cortada.

Os Estados Unidos emitiram um aviso aos viajantes, recomendando que os cidadãos não visitem a província chinesa de Guangdong, onde se localizam Dongguan e vários outros centros comerciais, bem como países como a Bolívia e nações insulares no Oceano Índico.

O Brasil é um dos países mais afetados pelo vírus. Este ano, foram também registados casos em França e em Itália.

O vírus é geralmente comum nas zonas tropicais, mas este ano surgiu com uma força invulgar. As fortes chuvas e as temperaturas elevadas agravaram a crise na China.

Desde o surto mortal de SARS em 2003, a China tornou-se adepta de medidas coercivas que muitos países consideram exageradas.

Desta vez, os pacientes estão a ser obrigados a permanecer no hospital em Foshan por um período mínimo de uma semana e as autoridades impuseram brevemente uma quarentena de duas semanas que foi suspensa, uma vez que a doença não pode ser transmitida entre pessoas.

Também surgiram relatos de tentativas de impedir a propagação do vírus com peixes que comem larvas de mosquitos e até mesmo mosquitos maiores para comer os insetos portadores do vírus.

Foram realizadas reuniões e adotados protocolos a nível nacional, num sinal da determinação da China para eliminar o surto e evitar críticas públicas e internacionais.