“Um país que tem um problema de natalidade como nós temos. E de envelhecimento. Portugal e Itália estão nos piores níveis de envelhecimento da população na União Europeia”, declarou André Ventura, deputado e líder do Chega, ontem à noite (5 de agosto), em entrevista no canal Now.

Tinha começado por avisar o Governo que mais vale recuar já na intenção de limitar o acesso à licença de amamentação, porque não terá a maioria parlamentar necessária para aprovar essa medida. “Ir tirar direitos às mães é um erro político que o Governo não vai acompanhar”, garantiu.

Defendendo ser mais prioritário fiscalizar “as fraudes no RSI [Rendimento Social de Inserção] dos ciganos“, sublinhou também que “nós precisamos é de incentivar a natalidade e dar condições às mães, no âmbito da amamentação e de outros direitos, de manterem esses direitos e de sentirem que este é um país que as apoia na maternidade.

A alegação sobre os níveis de envelhecimento da população tem fundamento?

Sim. De acordo com os últimos dados do Eurostat, serviço de estatística da União Europeia (UE), Portugal e Itália são os países da UE com maiores percentagens (24,1% e 24,3%, respetivamente) da população na faixa etária de 65 ou mais anos de idade. Acima da média geral da UE que é de 21,6%. Estes dados são referentes a 2024.

Entre 2014 e 2024, a percentagem da população de Portugal na referida faixa etária aumentou em 4,1 pontos percentuais, a quinta maior subida entre os países da UE. Ao passo que a percentagem da Itália aumentou em 2,8 pontos percentuais.

Ou seja, além de já estar no nível mais elevado de envelhecimento, a par de Itália, a população de Portugal tem sido também uma das que tem envelhecido em ritmo mais elevado nos últimos 10 anos.

No indicador de idade mediana da população, o cenário é quase similar: Itália (48,7 anos) e Portugal (47,1 anos) no topo da tabela.

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