A Riopele, histórica têxtil de Famalicão, lidera um consórcio, do qual se destaca a presença do Citeve (Centro Tecnológico da Indústria Têxtil e de Vestuário), para o desenvolvimento de fardas militares.
Albertina Reis, diretora do grupo, revelou ao Dinheiro Vivo, suplemento económico do Diário de Notícias, que, com o rearmamento da Europa na ordem do dia, a empresa tem já em mãos “novos projetos de desenvolvimento de fardamento militar, orientados para uma nova geração de exigências técnicas”.
O objetivo do consórcio é a investigação e desenvolvimento de estruturas têxteis avançadas com novos materiais.
Albertina Reis recorda que a Riopele já forneceu tecidos às Forças Armadas Belgas, de países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), à Polícia Militar Italiana e às Forças Armadas Portuguesas.
Aliás, a têxtil famalicense foi responsável pelo desenho das estruturas dos tecidos e definição das cores e padrões de camuflado dos uniformes das Forças Armadas Portuguesas.
A diretora do grupo salienta que os tecidos técnicos para o setor da defesa, um “segmento de elevada exigência técnica, sempre foi estratégico para a empresa, não só pela sua relevância em termos de performance funcional, mas também pelo forte contributo para a inovação tecnológica interna”.
José Teixeira, CEO da Riopele, e Francisca Oliveira, diretora de Business Development, salienta ao Dinheiro Vivo que “o compromisso da UE em aumentar o investimento direto em defesa até aos 3,5% do PIB nos próximos 10 anos representa uma oportunidade de desenvolvimento técnico e de negócio”.
Recorde-se que, como O MINHO noticiou, o lucro da Riopele aumentou 15,7%, para cinco milhões de euros, em 2024 face a 2023, tendo as vendas consolidadas aumentado 1%, para 98,5 milhões de euros.
Especializada na produção de tecidos para a indústria da moda e atuando desde a Investigação & Desenvolvimento (I&D) até à fiação, tinturaria, torcedura, tecelagem, ultimação e confeção (sob a insígnia Riopele Fashion Solutions), a Riopele empregava 1.190 trabalhadores no final de 2024, exportando 98% da sua produção para 30 países e mais de 700 clientes.