A um mês das eleições presidenciais, o trio que lidera as intenções de voto mantém-se em empate técnico. A nova sondagem do ICS/Iscte para o Expresso e a SIC, divulgada esta quinta-feira, continua a deixar em aberto qual dos candidatos disputará uma eventual segunda volta.
Na intenção de voto directo, André Ventura volta a surgir isolado na frente com 17%, com menos um ponto percentual relativamente a Novembro. Logo atrás, Henrique Gouveia e Melo e Luís Marques Mendes, que também perderam força em comparação ao último estudo, estão empatados com 15%. As três candidaturas continuam, por isso, dentro da margem de erro e em empate técnico.
A mais recente sondagem do ICS/Iscte diz respeito a dados recolhidos até 13 de Dezembro, data em que já se tinham realizado 21 dos 28 debates agendados, e tem uma margem de erro aproximada de 3,25%. Ainda que não tenham apurado um favorito, os debates podem ter ajudado a esclarecer os indecisos, que passaram de 22% no estudo publicado a 27 de Novembro para 16% nesta edição.
Ao contrário do que acontece com Ventura, Marques Mendes e Gouveia e Melo — que, distribuídos os indecisos, contam com 22%, 20% e 20% das intenções de voto, respectivamente, tendo todos perdido força nas últimas semanas —, a redução do número de indecisos parece ter beneficiado outros candidatos.
António José Seguro subiu um ponto percentual e mantém-se em quarto (11% de voto directo, 14% com distribuição de indecisos), mas, considerada a margem de erro, ainda poderia alcançar o segundo lugar. João Cotrim de Figueiredo conseguiu duplicar as intenções de voto de Novembro (8% de voto directo, 10% com distribuição). Em crescendo está também Catarina Martins (de 1% para 4% no voto directo e de 2% para 5% com distribuição), que conseguiu ultrapassar António Filipe (agora com 2% de voto directo, 3% com distribuição de indecisos).
Jorge Pinto reúne apenas 1% da intenção de voto, já com distribuição de indecisos e fica atrás de Joana Amaral Dias (2% com distribuição), a única candidata a destacar-se na sondagem sem ter participado em debates.
Mas cerca de metade dos eleitores que assumem votar em Joana Amaral Dias (53%), Cotrim de Figueiredo (50%) e Jorge Pinto (47%) admitem mudar o sentido de voto na ida às urnas. Em contraste, António José Seguro (89%) e António Filipe (88%) são aqueles cujos eleitores mais consideram a sua resposta como definitiva.
Enquanto o estudo de Novembro apresentava André Ventura como favorito entre os eleitores dos 18 aos 44 anos, nesta sondagem o apoio dos mais jovens (18 a 24 anos) ao presidente do Chega cai a pique, com uma “quebra significativa” de 34% para 13%. É ultrapassado por Cotrim de Figueiredo (de 8% para 17%) e por Marques Mendes (de 6% para 14%). À esquerda, Catarina Martins também está a ganhar popularidade entre os mais novos (de 1% para 8%).
Os autores da sondagem sublinham ainda uma “significativa quebra no apoio ao líder do Chega entre os seus simpatizantes (na ordem dos 20 pontos percentuais)”, ainda que mantenha 67% das intenções de voto. Marques Mendes e Seguro também perderam apoio dentro dos próprios partidos (PSD e PS, respectivamente).