Dirige-se a “viciados em adrenalina”. E a quem tem dinheiro. “Oferece uma das sensações mais próximas do voo humano”
É o brinquedo de alta octanagem para quem já tem tudo: um jetpack subaquático que permite deslizar sob a superfície do oceano – durante o tempo que conseguirmos prender a respiração.
Descrito pelos seus criadores como uma “inovação para quem exige o extraordinário”, o CudaJet é direcionado a viciados em adrenalina com carteiras recheadas.
Com um preço ligeiramente abaixo dos 30 mil dólares (cerca de 27 mil euros), o dispositivo permite aos utilizadores experimentar “voo sem peso” a uma velocidade de até 3 metros por segundo, segundo a empresa responsável pelo jetpack.
O design é composto por um jetpack compacto usado com um arnês e um controlador de mão. As unidades são feitas por encomenda, com um prazo de entrega de cerca de três meses.
A bateria do equipamento tem uma duração de 90 minutos, mas não está ligada a um tanque de oxigénio nem a uma embarcação. Isto significa que os utilizadores podem permanecer na água durante esse período, mas só podem mergulhar submersos enquanto conseguirem prender a respiração.
Desde que o jetpack foi colocado à venda no início de 2023, já foram vendidas quase 100 unidades, incluindo para proprietários de alguns dos maiores superiates do mundo, segundo os criadores do CudaJet.
“O feedback tem sido incrível”, afirma Archie O’Brien, o empreendedor britânico de 28 anos que desenhou o dispositivo.
“O jetpack subaquático oferece uma das sensações mais próximas do voo humano”, explica em declarações à CNN. “A experiência sem peso faz-nos sentir sobre-humanos enquanto voamos num mundo tridimensional.”
O CudaJet em ação debaixo de água (CudaJet)
O’Brien teve a ideia durante umas férias do seu curso de design de produto na Universidade de Loughborough, no Reino Unido.
“Estava a fazer mergulho livre em Koh Tao, na Tailândia, em 2017”, recorda. “Estava a aprender sobre mergulho livre e pensei que podia ser uma área em que podia desenhar algo para me mover mais rapidamente na água.”
O’Brien estudou sistemas de propulsão e desenvolveu uma versão inicial que estava “presa com fita adesiva às costas”. Incentivado pelos resultados iniciais, aperfeiçoou o produto, dedicando cerca de 30 mil horas ao design e desenvolvimento.
Como em qualquer atividade extrema, há riscos. Os utilizadores do CudaJet devem saber equalizar os ouvidos e prender a respiração debaixo de água, além de estarem atentos a fatores como a autonomia da bateria e a temperatura correta para armazenar o equipamento quando não está a ser utilizado.
A bateria do gadget pode durar até 90 minutos, mas as viagens subaquáticas estão limitadas a apenas uma inspiração foto Courtesy CudaJet
O’Brien admite que existem outras tecnologias que permitem movimentar-se rapidamente na água, mas garante que nada se compara ao seu equipamento.
“Por exemplo, podias usar o motor de uma mota de água. Isso produziria muita propulsão, mas nunca irias conseguir colocá-lo nas costas”, explica. “Depois há coisas mais pequenas e manuais, mas são tão lentas que não faz sentido.”
Dom Robinson, um mergulhador com um canal no YouTube chamado Deep Wreck Diver, fez recentemente uma análise a um produto semelhante ao CudaJet para os seus 13 mil subscritores, o jetpack subaquático XiaoTun. Os inventores, baseados em Hong Kong, estão atualmente à procura de investimento na Kickstarter para torná-lo comercialmente disponível.
Robinson filmou um amigo, também mergulhador, a utilizar o gadget. “Embora o jetpack seja bastante divertido, não vejo grande utilidade além disso”, confessa.
“O modelo Cuda incorpora um colete de flutuação, o que parece sensato, embora imagine que isso traga alguns desafios, nomeadamente porque os ‘jatos’ só funcionam na água. Isso significa que tens de o colocar debaixo de água, portanto é necessário um mergulho em pato e depois demora alguns segundos a ativar-se. A maioria das pessoas não é especialmente boa a prender a respiração, por isso conseguir os resultados que se veem no vídeo promocional – e na minha análise (do XiaoTun) – será um desafio para elas”, acrescenta.