A Tesla não perdeu tempo a tirar partido do novo regime jurídico da mobilidade eléctrica, recentemente aprovado pelo Governo e já promulgado pelo Presidente da República. Embora o respectivo decreto-lei ainda não tenha sido publicado em Diário da República, é já conhecido o seu conteúdo essencial: deixa de ser obrigatório celebrar um contrato com um Comercializador de Energia para a Mobilidade Eléctrica (CEME) e passa a ser permitido que o Operador do Posto de Carregamento (OPC) venda energia directamente ao utilizador.

Na prática, esta alteração permite, por exemplo, que um condutor pague directamente ao operador do posto, usando um cartão de crédito, como acontece no abastecimento convencional de combustíveis.

Foi precisamente isso que a Tesla começou a implementar no supercarregador de Fátima, recentemente alvo de uma intervenção de expansão. A estação passou de uma configuração anterior mais modesta para um total de 32 pontos de carregamento, 18 até 250 kW e 14 com até 150 kW de potência, tornando-se assim no maior hub de carregamento ultra-rápido do país.

Segundo o Tesla Club Portugal já se realizaram nesta estação os primeiros carregamentos de veículos de outras marcas, um cenário que até há pouco não era possível. Até aqui, os supercarregadores da Tesla em Portugal estavam reservados aos carros da marca de Elon Musk.

A abertura desta estação a condutores de outros fabricantes antecipa a estratégia que a Tesla já confirmou para o mercado nacional: disponibilizar progressivamente a sua rede a todos os veículos eléctricos compatíveis, tal como já acontece em vários países europeus. Embora ainda não haja um calendário oficial, é expectável que outros pontos estratégicos da rede Tesla em Portugal sigam o exemplo de Fátima nos próximos meses.

Esta mudança poderá ter impacto significativo no ecossistema nacional de carregamento, aumentando a oferta de pontos ultra-rápidos.