Volodymyr Zelensky garante que a Ucrânia não cederá território à Rússia, depois de Donald Trump ter dito que esta poderá ser a solução para colocar um ponto final ao conflito. Esta foi a primeira reacção do Presidente ucraniano ao anúncio de que os homólogos norte-americanos e russo, Donald Trump e Vladimir Putin, se vão encontrar presencialmente para discutir o conflito.

“Esta guerra tem de chegar ao fim — e a Rússia tem de a acabar. Foram eles que começaram e estão a arrastá-la [no tempo], a ignorar todos prazos. Isso é o problema, não é mais nada”, disse Zelensky, citado pela BBC.

O Presidente ucraniano garante ainda que uma decisão que não envolva directamente a Ucrânia durante a fase de negociação não terá efeitos suspensivos na guerra. “São decisões mortas, que não podem ser trabalhadas”, afirmou. Sobre o encontro Trump-Putin, o líder ucraniano diz que este terá lugar “muito longe” de uma guerra que “não pode ser decidida sem a Ucrânia”.

Andrii Sybiha, ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, diz que a Rússia “não pode ser recompensada por começar a guerra”.

“Os ucranianos merecem uma paz justa, baseada na lei internacional, e respeito pela integridade territorial e fronteiras definidas pela nossa constituição”, diz o governante.

Esta sexta-feira, dia 8 de Agosto, Donald Trump anunciou que se encontrará com o Presidente russo, Vladimir Putin, na próxima semana, a 15 de Agosto, para discutir o conflito iniciado pela Rússia em Fevereiro de 2022. O encontro terá lugar nos Estados Unidos, no Alasca.

Trump deu a entender que a Ucrânia será obrigada a ceder territórios num acordo de paz com a Rússia, garantindo aos jornalistas: “Haverá alguma troca de territórios.”

O colectivo de juízes do Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, em Março de 2023, um mandado de captura para o Presidente russo, Vladimir Putin, e para a comissária de direitos da criança do país, Maria Lvova-Belova, pelo crime de “transferência” de crianças ucranianas.

O TPI deu como provado que várias crianças ucranianas foram tiradas de orfanatos e outras instituições e tinham sido “encaminhadas para adopção na Federação Russa”. Apesar de a legislação russa ter sido alterada desde a invasão de larga escala da Ucrânia, o procurador do TPI relembrou na emissão do mandado que, na altura em que foram retiradas da Ucrânia, as crianças eram protegidas pela IV Convenção de Genebra. ​

Os Estados Unidos não reconhecem a jurisdição do TPI, com Putin a poder visitar território norte-americano sem medo de detenção.