Você sai de casa com a camisa seca, mas poucos minutos depois já sente as axilas úmidas, as mãos escorregadias ou os pés molhados. Situações como essa são mais comuns do que se imagina e podem indicar um distúrbio chamado hiperidrose, também conhecido como suor excessivo, uma condição que, segundo a CNN Portugal, afeta ao menos 200 mil pessoas só naquele país. Famosos como Rodrigo Faro, Poliana Rocha, Suzanna Freitas, Lucas Lucco e Duda Guerra já falaram publicamente sobre o sofrimento com o suor excessivo, mostrando que essa condição pode atingir pessoas de diferentes perfis.

Ao contrário do que muitos pensam, a hiperidrose não está necessariamente ligada à ansiedade ou ao nervosismo. A dermatologista Alexandra Osório explica que se trata de um distúrbio real, em que o organismo transpira além do necessário para controlar a temperatura corporal. “Ter hiperidrose não significa que a pessoa é ansiosa. Existem estudos que comprovam que é um distúrbio fisiológico, não apenas emocional”, explicou à CNN.

Há diferentes tipos de hiperidrose, e os mais comuns atingem áreas como mãos, axilas, pés e rosto. Para identificar com precisão as regiões mais afetadas, dermatologistas recorrem a uma técnica simples, mas eficiente: o teste com loções. “O creme deixa a região com muita sudorese preta, e assim conseguimos tratar com mais precisão”, relata Osório.

Embora o desconforto social e o impacto na qualidade de vida sejam significativos, a boa notícia é que há tratamentos disponíveis, de medidas simples até soluções mais invasivas.

Entre as opções menos agressivas está a aplicação de toxina botulínica, o conhecido botox, em áreas como mãos e axilas. O procedimento bloqueia temporariamente os nervos que estimulam as glândulas sudoríparas e tem mostrado bons resultados, com efeito que dura entre 4 a 9 meses.

Nos casos mais severos, pode-se optar por cirurgia, como a simpatectomia torácica endoscópica, que corta os nervos responsáveis pela sudorese exagerada. Mas nem tudo são flores: o procedimento pode gerar o chamado “efeito compensatório”, ou seja, outras partes do corpo passam a suar mais.

Além dos tratamentos clínicos, pequenas mudanças no dia a dia fazem diferença:

  • Evitar roupas sintéticas e dar preferência a tecidos leves, como o algodão;
  • Reduzir o consumo de álcool e cafeína, que estimulam a sudorese;
  • Evitar ambientes quentes e abafados ou mudanças bruscas de temperatura.

Embora não tenha cura definitiva, a hiperidrose pode ser controlada. E quanto mais cedo for diagnosticada, maiores são as chances de evitar constrangimentos e melhorar a qualidade de vida.