Os resultados do segundo trimestre da Tesla voltaram a desapontar os investidores, refletindo-se na valorização do construtor, que caiu.
Apesar do afastamento político de Elon Musk no segundo trimestre de 2025, os resultados da Tesla continuam a refletir um contexto desafiante.
Este não está a ser o ano da Tesla. O construtor norte-americano já divulgou os resultados do segundo trimestre de 2025 (abril a junho) e as notícias não são positivas. Vendas, receitas, lucros e margens caíram face ao mesmo período o ano passado.
Começando pelos lucros, entre abril e junho, estes caíram 16% face ao mesmo período de 2024, fixando-se nos 1,2 mil milhões de dólares (cerca de mil milhões de euros). Um ano antes, a empresa tinha reportado lucros de 1,4 mil milhões de dólares (1,1 mil milhões de euros).
© Pedro Alves / Razão Automóvel Tesla Model 3
Ainda assim, quando comparado com os lucros da Tesla no primeiro trimestre deste ano, a recuperação foi assinalável. De 409 milhões de dólares (347 milhões de euros) de lucro registados entre janeiro e março para os mencionados 1,2 mil milhões de dólares.
Receita em queda, margem sob pressão
A receita de 22,5 mil milhões de dólares (19 mil milhões de euros) conseguida no segundo trimestre de 2025 representa também uma quebra de 12% face ao mesmo período de 2024. O principal fator para esta queda foi o decréscimo das vendas automóveis cujas receitas decresceram para 16%, para 16,6 mil milhões de dólares (14 mil milhões de euros).
A margem operacional, por sua vez, situou-se nos 4,1%. Apesar de representar uma melhoria de dois pontos percentuais face ao trimestre anterior (2,1%), continua bem abaixo dos 6,3% alcançados no segundo trimestre de 2024.
Esta queda é explicada, sobretudo, por três fatores: a redução das receitas provenientes da venda de créditos de emissões — caíram de 890 milhões para 439 milhões de dólares —, o aumento das despesas operacionais e a queda nas entregas de veículos.
Vendas a cair e ações também
No total, a Tesla vendeu 384 122 veículos no segundo trimestre, menos 13% face ao mesmo período do ano anterior. A esmagadora maioria dessas vendas, mais de 373 mil unidades, correspondeu aos modelos Model 3 e Model Y, cuja procura recuou 12% face ao mesmo período do ano passado. Quanto aos restantes — Model S, Model X e Cybertruck — as vendas caíram 52%.
Com a divulgação dos resultados do segundo trimestre ontem, a 23 de julho, a reação do mercado foi contundente: caíram quase 10% em 10 minutos. À data e hora de publicação deste artigo, continuam a estar 8,5% abaixo do valor anterior à divulgação dos resultados.
Durante a apresentação aos investidores, Elon Musk reconheceu que a empresa poderá atravessar um período difícil: “Provavelmente poderemos ter alguns trimestres difíceis pela frente”, afirmou.
Novidades para o resto do ano
Ainda assim, a marca promete novidades. A produção das primeiras unidades pré-serie de um novo modelo mais acessível arrancou em junho. O início da produção em série está previsto ainda para este ano.
Além disto, o desenvolvimento do táxi-robô Cybercab continua em curso, com a marca a apontar o arranque da produção em série para 2026. Recorde-se que a Tesla inaugurou recentemente o seu primeiro serviço de táxis-robô em Austin, no Texas. Este consiste numa frota de Tesla Model Y equipados com o sistema FSD (Full Self Driving).
Na Europa, o construtor disse esperar lançar esta tecnologia ainda este ano, estando a aguardar aprovação das autoridades reguladoras.
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