A empresa tecnológica, Nuek analisou os comportamentos dos consumidores bancarizados em 13 países, destacando-se Portugal com uma diminuição no uso de dinheiro em pagamentos presenciais. Em 2024, apenas 72% dos portugueses bancarizados recorreram a dinheiro físico.
Portugal é um dos países mais avançados na transição para meios de pagamento digitais, impulsionado pelo MB Way e tendo uma elevada utilização de cartões, uma forte adesão às transferências imediatas e uma forte abertura à identidade digital única, segundo os dados do mais recente relatório da Nuek.
A Nuek é uma empresa tecnológica especializada em infraestruturas de pagamentos da Minsait (Indra Group), que analisa os comportamentos dos consumidores bancarizados em 13 países da Europa e América Latina.
A empresa tecnológica destaca que em Portugal tem havido uma diminuição no uso de dinheiro em pagamentos presenciais. Em 2024, apenas 72% dos portugueses bancarizados recorreram a numerário.
Atualmente, apenas 8% dos portugueses escolhem o dinheiro como principal meio de pagamento presencial, o que revela uma escolha pelas soluções mais modernas e digitais.
Os dados mostram que em Portugal o cartão continua como o método de pagamento preferido e mais utilizado, tendo uma taxa de penetração de 86% nos pagamentos presenciais e em 57% dos pagamentos online.
Cerca de 81% dos portugueses utilizaram o cartão de débito para efetuar pagamentos, paralelamente as transferências imediatas, impulsionadas por soluções como o MBWay, registam uma utilização de 50% no ambiente digital.
Os pagamentos sem contacto através de dispositivos móveis estão a ganhar expressão, com 44% dos utilizadores de smartphones ou smartwatch a utilizar este método regularmente para pagar. Em Portugal a utilização deste método supera a de Espanha e do Reino Unido.
“Quando 66% dos utilizadores não conseguem pagar como querem, o problema não é tecnológico. É de design. Na Nuek, acreditamos que a verdadeira inovação nos pagamentos não consiste em oferecer mais opções, mas sim em oferecer uma experiência que simplesmente funcione, sem pensar, sem se adaptar, sem travar”, afirma Javier Rey, diretor executivo da Nuek.
O relatório salienta ainda que há cinco desafios estruturais que o setor necessita de resolver, de forma a atingir uma experiência de pagamentos verdadeiramente universal, segura e sem atritos.
Entre os desafios está o acesso, que continua desigual, a segurança também é um desafio, uma vez que ainda é um obstáculo. Existe falta de integração, uma vez que os sistemas de pagamento nem sempre funcionam da mesma forma entre países, bancos e plataformas.
O quarto desafio passa pela necessidade de criar regras claras e tecnologia confiável, uma vez que pagar é cada vez mais uma forma de identificação. Por último, o relatório destaca que a experiência ainda não é invisível, já que o objetivo não é apenas pagar sem contacto, mas sim sem obstáculos e sem esforços.
Miguel Simões, diretor de Serviços Financeiros em Portugal, afirma que “os resultados do relatório confirmam que Portugal está muito bem posicionado na transformação digital dos pagamentos. A adoção massiva de cartões, o crescimento das transferências imediatas e a abertura para a identidade digital única refletem o compromisso do país com uma experiência financeira mais segura, ágil e moderna”.