Trump é incontornável 

Pode resumir-se o primeiro semestre deste ano numa palavra: “Trump”. O impacto das medidas e das declarações do Presidente dos EUA foi incontestável. Um dos momentos mais marcantes foi o Liberation Day, a 2 de abril, quando anunciou elevadas tarifas sobre todas as importações dos EUA. 

Na altura, as bolsas reagiram em choque. Três meses depois, o otimismo volta a reinar e os mercados financeiros recuperaram totalmente o terreno perdido. Só o enfraquecimento do dólar americano não se inverteu.

Estados Unidos: o ritmo das surpresas de Trump deverá abrandar

Após meses agitados, o presidente dos Estados Unidos poderá surpreender menos os investidores. A principal razão é a proximidade das eleições intercalares no outono de 2026. 

Donald Trump controla a Câmara dos Representantes e o Senado, o que permite aprovar leis com facilidade. Basta perder o controlo de uma das duas câmaras para que a situação mude completamente. A economia e o mercado de trabalho terão de estar saudáveis para que o Partido Republicano possa manter o controlo do Congresso. 

E, como muitos norte-americanos detêm ações, diretamente ou através de ETF/fundos e planos de pensões, um bom desempenho da bolsa é também crucial.

Taxas de juro e cortes de impostos continuam a apoiar a economia

– Mesmo sem mexidas na Reserva Federal, todos os seus atuais membros concordam que as taxas diretoras estarão mais baixas no final de 2026. Os mercados financeiros já começam a antecipar esta evolução e devem manter essa trajetória. 

– As reduções de impostos e a desregulamentação devem estimular a atividade económica e o crescimento dos lucros. Para já, as empresas mantêm-se mais cautelosas devido à incerteza com as tarifas, mas qualquer sinal de maior estabilidade poderá reanimar o investimento. 

– O consumo privado é o pilar dos Estados Unidos. Qualquer injeção de liquidez (aumento salarial ou redução fiscal) gera mais despesa, impulsionando a economia. Existem, por isso, várias razões para manter otimismo quanto à economia e continuar a investir em Wall Street, o maior mercado de capitais do mundo.

Melhores ETF para investir nos EUA 

SPDR S&P 500 Leaders UCITS ETF Acc

Amundi S&P 500 II UCITS ETF Acc  

Invesco S&P 500 UCITS ETF Acc

China: procura interna continua frágil 

Há vários anos, a China tenta estimular o consumo privado e reduzir a dependência das exportações. No entanto, durante a pandemia, Pequim não apoiou empresas nem consumidores. Agora, os agentes económicos ainda estão a reconstruir a poupança, em vez de consumir. 

Pior, desde o colapso do crucial setor imobiliário, em 2021, muitas famílias possuem imóveis com valor significativamente inferior ao preço pago. Este fenómeno penaliza a confiança e o consumo.

Economia chinesa mostra resiliência e aposta na inovação 

Pela positiva, a economia chinesa resiste melhor do que o esperado à guerra comercial. Pequim adota medidas criativas para apoiar a economia e deverá continuar a lançar novos estímulos. 

Além disso, os fundos não investidos no setor imobiliário foram redirecionados para setores com maior rentabilidade. Os gastos em investigação e desenvolvimento aumentaram acentuadamente na China (+8,7% em 2024; +1,7% nos EUA e +1,6% na União Europeia). 

Graças a esta estratégia, a China lidera hoje em muitas tecnologias emergentes. Excluir a participação chinesa nesses mercados é extremamente difícil, sobretudo a curto e médio prazo.

Melhores ETF para investir na China 

Pode investir nas bolsas da China. No entanto, limite a exposição ao mercado chinês a 5% devido ao risco elevado (agravado pelas incertezas comerciais). 

Xtrackers CSI300 Swap UCITS ETF 1C  

Fidelity China Focus A Acc EUR

Amundi MSCI China UCITS ETF Acc

Europa enfrenta desafios de competitividade, mas há sinais de melhoria 

Como manter a competitividade da Europa, num contexto de regulamentação mais exigente, pressão fiscal e aumento dos custos energéticos? 

A tarefa não é fácil. Contudo, a situação deverá melhorar. O aumento dos investimentos decididos pela Alemanha deverá estimular o crescimento germânico e beneficiar os seus parceiros europeus. 

Outro fator positivo é a descida das taxas de juro pelo Banco Central Europeu. Este corte das taxas beneficia o investimento e o consumo.

Como investir na Europa? 

Apesar da melhoria económica, em média, as bolsas europeias não apresentam trunfos atrativos. Se, mesmo assim, quiser apostar globalmente nas ações europeias veja os melhores ETF para a Europa

Preferimos uma aposta em mercados específicos, sendo que a nossa preferência recai atualmente sobre a Polónia. 

A bolsa de Varsóvia é um mercado emergente, mas assenta num mercado interno dinâmico e com forte crescimento económico. Além disso, permanece em níveis atrativos. 

Pode dedicar até 5% da carteira às ações polacas através da compra do ETF iShares MSCI Poland