A 17 de Maio, o Crystal Palace conquistou o primeiro grande troféu do seu historial, ao vencer o Manchester City na final da Taça de Inglaterra (1-0). Quase três meses depois, juntou-lhe a Supertaça inglesa, derrubando outro dos crónicos favoritos, o Liverpool, no desempate por grandes penalidades (3-2), após o 2-2 tempo regulamentar. Em Wembley, os londrinos provaram que devem ser novamente levados a sério em 2025-26.

O jogo arrancou praticamente com o primeiro golo do Liverpool. Com quatro reforços no “onze” inicial, o campeão inglês utilizou dois na fase final do lance, aos 4′, quando Florian Wirtz (125 milhões de euros) combinou com Hugo Ekitiké (95 milhões), para o remate espontâneo do francês, à entrada da área.

O Crystal Palace, que provavelmente tinha preparado uma abordagem mais especulativa, teve de se expor um pouco mais. Kamada assumia o jogo no corredor central e procurava aproveitar as desmarcações de Mateta ou Eze, pela esquerda. E depois de um par de ameaças, num lance de insistência houve penálti contra o Liverpool, devidamente convertido por Mateta, aos 17′.

Tudo equilibrado novamente, apesar da maior posse dos “reds”. Mas o empate só durou quatro minutos, porque Frimpong (outro dos reforços para 2025-26) aproveitou uma variação do centro do jogo para arrancar para a área e fazer o que parecia ser um cruzamento. Mas a bola acabou por sobrevoar o guarda-redes e terminar mesmo na baliza.

Estava tudo conjugado para que o Liverpool se sentisse mais confortável, a forçar o adversário a desgastar-se sem bola. O ritmo do jogo baixou significativamente, especialmente depois da pausa para hidratação, por volta dos 25 minutos, e o intervalo chegou com 1-2 no marcador, apesar da insistência do Palace em explorar os raides de Daniel Muñoz para gerar cruzamentos para a área.

A má notícia para o vencedor da Taça de Inglaterra, para além do resultado, foi a saída por lesão de Kamada. Apesar desse duro golpe e de uma reentrada assertiva do Liverpool no reatamento – Wirtz ofereceu o 3-1 a Ekitiké aos 52′ -, o Palace reagiu bem e teve duas aproximações perigosas à baliza de Alisson.

Arne Slot, treinador dos “reds”, não gostava do que estava a ver e fez duas alterações de uma assentada, com as entradas de Endo e MacAllister. Mas uma perda de bola de Gakpo e a total apatia da linha média na reacção abriu uma cratera que Ismaila Sarr explorou da melhor forma, rompendo na área e finalizando com frieza (77′).

Seguiu-se mais um par de substituições de parte a parte, uma delas novamente forçada no Palace, face à lesão do central Marc Guéhi, e um lance que deixou o técnico Oliver Glasner incrédulo: MacAllister interceptou a bola com a mão na área do Liverpool, o VAR reviu as imagens e mandou seguir. Gorava-se uma oportunidade soberana para decidir o jogo nos 90 minutos.

Não houve um penálti nessa ocasião, houve 10 pouco depois, já que não está previsto prolongamento em caso de empate. Salah começou com o pé esquerdo (no sentido literal e figurado), ao atirar por cima, e o guarda-redes Henderson defendeu a segunda tentativa dos “reds”, ficando o Palace com a hipótese de ficar com dois golos de vantagem. Só que Eze tremeu logo de seguida e o mesmo sucedeu com Elliott (Liverpool) e Sosa (Palace), transformando o jovem Justin Devenny num herói acidental.