O Presidente norte-americano assinou uma ordem executiva suspendendo por mais 90 dias as sobretaxas punitivas nas importações da China, anunciou quarta-feira a Casa Branca.

A mesma fonte adiantou à estação de televisão CNBC que a ordem presidencial foi assinada poucas horas antes da meia-noite nos Estados Unidos (já madrugada em Lisboa), quando devia expirar a anterior pausa de 90 dias na aplicação das tarifas de Donald Trump, enquanto as duas potências prosseguem negociações.

As tarifas de importação sobre produtos chineses chegaram a atingir os 145% nos Estados Unidos.

Trump implementou, em várias vagas, novas sobretaxas sobre os produtos importados, defendendo que a medida vai levar os fabricantes estrangeiros a investirem em produção nos Estados Unidos, para contornar a barreira alfandegária e manter acesso ao maior mercado do mundo, a par da União Europeia.

As tarifas variam de 10% a 50%, dependendo da situação e do país.

Outras tarifas afectam sectores específicos, como automóvel, aço, alumínio ou cobre.

Trump continua a ameaçar impor mais taxas em nome da protecção da indústria norte-americana, especialmente dos produtos farmacêuticos e dos semicondutores, ou para repreender determinados países ou líderes por razões políticas, como no caso do Brasil.

As taxas alfandegárias aplicadas pelos Estados Unidos atingem agora uma média de 20,1%, de acordo com os cálculos actualizados no final da semana passada pela Organização Mundial do Comércio e do Fundo Monetário Internacional.

Este nível é o mais elevado desde o início dos anos de 1910, excluindo algumas semanas durante este ano, em que foram aplicados aumentos de tarifas que depois foram suspensos para negociações com os países afectados.

Esta taxa teórica era de apenas 2,4% na posse de Trump, a 20 de Janeiro de 2025.

Algumas destas sobretaxas foram consideradas ilegais por juízes de instâncias inferiores, que decidiram que um Presidente não tem o poder de impor tarifas indiscriminadas, estando a ser analisados recursos.

Ouro isento

O Presidente norte-americano entretanto também esta quarta-feira que o ouro estará isento de novas tarifas de importação, após um documento oficial ter causado confusão e levado o metal precioso a um nível recorde.

Numa “declaração do Presidente dos Estados Unidos da América” publicada na plataforma Truth Social, Donald Trump exclamou: “o ouro não estará sujeito a tarifas!”.

Com os investidores preocupados com a possibilidade de alguns tipos de barras de ouro serem afectadas pelas tarifas impostas por Trump, os preços do metal precioso atingiram um novo máximo no final da semana passada.

De acordo com uma actualização da Alfândega norte-americana, detalhada num documento de 31 de Julho e divulgado na sexta-feira, as barras de ouro de um quilograma e 100 onças foram classificadas como sujeitas a tarifas, quando os investidores acreditavam que estavam isentas.

A Casa Branca anunciou posteriormente que planeava “emitir uma ordem executiva num futuro próximo para esclarecer informações falsas sobre a tributação de barras de ouro e outros produtos especiais”, disse um responsável à agência de notícias France-Presse.

Não disse, no entanto, se isso significava que as barras de ouro iam continuar isentas.