As câmeras começaram a rodar “Porongos”, uma superprodução que revisita a Revolta dos Farrapos (1835-1845) sob uma nova perspectiva. Dirigido por Diego Müller e produzido por Pablo Müller, o longa-metragem conta com uma equipe criativa de peso: Vanessa Rodrigues assina a direção de arte, Joanna Ramos conduz a direção de fotografia, Thaíse Machado atua como consultora artística e a atriz Tatiana Tibúrcio está à frente da preparação de elenco, garantindo rigor histórico e estética refinada. Juntos, eles darão vida à história de Adão Caetano, um lanceiro negro cuja luta por liberdade e dignidade confronta as contradições dos líderes republicanos do Rio Grande do Sul, em um dos episódios mais emblemáticos – e controversos – da nossa história.

Embora inspirado em fatos e personagens reais, o longa adota uma abordagem ficcional, expondo as contradições de um movimento que supostamente prometia autonomia e justiça. A narrativa ganha densidade ao revisitar o episódio conhecido como Massacre de Porongos, uma ferida ainda aberta na memória histórica do País.

O elenco dá vida a essa trama épica com nomes de peso: Emílio Farias interpreta Adão Caetano, Samira Carvalho vive Mahín, Thiago Lacerda assume o papel de Bento Gonçalves. Destacam-se, ainda, Tatiana Tibúrcio, Tarcísio Filho, Álvaro RosaCosta, Rafa Sieg, Jorge Guerreiro, Loma, Nelson Diniz, Cássio do Nascimento, Roberto Birindelli, Tiago Real, Appolônio Cipriano, Marcos Verza, Kaya Rodrigues, Nicolas Vargas, Marcello Crawshaw, José Henrique Ligabue, Adriano Baségio, Marcos Contreras, Luis Franke, entre outros grandes talentos do cinema, teatro e televisão.

As filmagens se realizam entre 11 de agosto e 13 de setembro nos municípios gaúchos Bagé e Minas do Camaquã, cenários que preservam a paisagem monumental do Pampa, essencial para a atmosfera da produção.

Uma luta por liberdade

Mais do que um filme de época, “Porongos” é um convite à reflexão sobre as camadas históricas que moldaram o Brasil e busca questionar os verdadeiros ideais por trás da revolta. Os Lanceiros Negros foram cerca de 500 soldados de cavalaria que lutaram pelas forças Republicanas Farroupilhas, compostas de negros “livres” ou “libertos”, sendo no total oito companhias.

Personagens como Giuseppe Garibaldi exaltaram a bravura desses soldados: “Nunca vi, em nenhuma parte, homens mais valentes”, escreveu, em obra de Alexandre Dumas. Mas, apesar do heroísmo, foram eles os únicos a tombar no ataque ao acampamento de Porongos, em 14 de novembro de 1844.

O massacre, ainda envolto em teorias e controvérsias, ocorreu para selar o acordo de paz com o Império – eliminando os negros que lutaram por uma liberdade que nunca chegou.”

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