Escaldão

O escaldão é uma queimadura provocada pela exposição excessiva à radiação ultravioleta nada mais. De um modo clínico, é chamado eritema solar, uma congestão cutânea causada pela exposição desprotegida e prolongada ao sol e que provoca vermelhidão na pele. E, sim, até as pessoas mais morenas podem apanhar escaldões, apesar de não serem tão visíveis como nas pessoas com uma tez mais clara.

A vermelhidão da pele é o sinal mais óbvio de um escaldão, mas há outros sintomas aos quais importa prestar atenção, como a dor ou ardor, a maior sensibilidade ao toque, a descamação – que pode acontecer passados alguns dias – e a presença de bolhas, febre e calafrios, que tendem a ser mais comuns nos casos mais severos de queimadura solar. Refrescar-se no mar ou na piscina é sempre uma opção quando a pele começa a dar sinais de escaldão, mas lembre-se que também é possível ‘queimar’ dentro de água.

  • O que fazer? Ora, hidratar-se é o primeiro passo, devendo a ingestão de água ser aumentada. Depois, há que cuidar da pele. Quando fica apenas vermelha, o ideal é “suspender de imediato a exposição solar e arrefecer rapidamente a pele com água fria, recorrendo a duches frios ou compressas humedecidas em água fria”, como já tinha explicado à CNN Portugal a dermatologista Helena Toda Brito, que sugere ainda hidratar a pele “com um creme hidratante de textura leve contendo ingredientes anti-inflamatórios como aloé vera”, devendo “ser evitados os cremes espessos à base de óleos e petrolatos, que possam reter o calor e agravar a queimadura solar”. Se a queimadura solar é mais forte e leva mesmo ao aparecimento de bolas, “pode ser necessário procurar ajuda médica e fazer medicação tópica de aplicação local, como corticoides, ou oral, como analgésicos ou anti-inflamatórios, como aspirina ou ibuprofeno, para ajudar a reduzir a inflamação”, continua a médica.

Desidratação

A desidratação dá-se quando há uma perda excessiva de água e sais minerais, isto é, a desidratação ocorre “quando o corpo perde mais líquido do que ingere, quando há um balanço hídrico negativo no organismo”, explica a médica Adriana Relvas.

O calor é um dos gatilhos, mas pode acontecer noutras situações, como em episódios de diarreia. Consumir mais água nos dias de maior calor ou quando a exposição solar é mais prolongada é um “cuidado” que evita a desidratação, além de “compensar as perdas que ocorrem ao longo do dia, através, por exemplo, da transpiração, por exposição a temperaturas mais elevadas e à prática de exercício físico”, como já tinha dito à CNN Portugal a médica Vera Afonso. Mas não é apenas a quantidade que importa nos dias de maior calor. A frequência com que bebe é igualmente importante, sendo recomendado que se ingira água de forma faseada ao longo do dia, mesmo quando não tem sede, evitando grandes quantidades de uma só vez. “Uma grande quantidade de fluido de uma só vez pode diluir a concentração de sais no nosso sangue e ser insegura”, explica Leana Wen, médica e docente, em declarações à CNN Internacional.

Nos dias de maior calor, é possível perceber se há ou não desidratação. A boa seca e a sensação intensa de sede tendem a ser dos primeiros sinais, assim como a urina escura e em pouca quantidade. Quanto maior for a desidratação, maior é a probabilidade de haver cansaço e tonturas.

  • O que fazer? O aumento da ingestão de água é crucial, mas em alguns casos pode ser necessário recorrer a “soluções orais de reidratação”, como os eletrólitos, havendo bebidas nas grandes superfícies com essas características. É recomendado evitar bebidas que desidratem, como aquelas que contêm álcool ou cafeína.

Exaustão pelo calor

Comum nos dias de temperaturas elevadas, a exaustão pelo calor é a resposta do corpo à perda excessiva de água e sal devido à transpiração intensa. “Dá-se quando há uma resposta do corpo a exposição prolongada [ao sol e ao calor] e à perda de sal e água. “Há um suor excessivo, a pele fica fria e húmida, a pessoa sente uma fadiga intensa, dor de cabeça e náuseas”, diz a médica Adriana Relvas, especialista em Medicina Geral e Familiar e em Medicina Estética. Os batimentos cardíacos também podem ficar mais acelerados.

  • O que fazer? Procurar um local fresco e à sombra é o primeiro passo, depois é importante começar a reforçar a hidratação, seja com água ou com bebidas com eletrólitos (minerais responsáveis pelo transporte de água no corpo). O repouso deve ser prioritário. Se os sintomas não melhorarem, deve procurar ajuda médica.

Insolação

A insolação é provocada pela exposição prolongada ao sol, sobretudo desprotegida, levando ao sobreaquecimento do corpo e ao mau funcionamento dos mecanismos de controlo térmico. Nestes casos, a pele fica quente e avermelhada e é possível sentir náuseas e vómitos e uma dor de cabeça forte, mas há ainda quem fique com tonturas ou apresente sinais de desorientação, podendo haver desmaios. Os casos mais severos de insolação podem ainda aumentar a frequência cardíaca

  • O que fazer? Procure um local fresco e à sombra – ou peça ajuda a alguém para o ajudar na deslocação caso não sinta forças para tal. Pode também tentar arrefecer o corpo com panos húmidos e com a ingestão de água fresca, aumentando também os níveis de hidratação. É ainda recomendado evitar roupas apertadas. Se os sintomas forem muitos e intensos, o recomendado é procurar ajuda médica urgente.

Golpe de calor

Este é o pior dos cenários´. “É uma emergência médica”, alerta Adriana Relvas, explicando que o golpe de calor se dá quando o corpo atinge temperaturas perigosamente altas (acima de 40 °C), devido à falência do sistema de regulação térmica. Além da subida de temperatura, “há ausência de suor, a pele fica quente e seca, pode dar febre alta, confusão mental e a pessoa pode perder a consciência e ter convulsões”. 

  • O que fazer? “[Ligar ao] 112 de imediato”, diz a médica, que recomenda “tirar a roupa em excesso e refrescar com água fria”. Se o episódio de golpe de calor acontecer na praia, quem está por perto pode “pegar na toalha de praia, molhar com água do mar – o ideal seria água doce para não ter sal – e aplicá-la com água bem fria no corpo e chamar o INEM”.