A montanha russa da ascensão e queda de Kanye West será explorada num novo documentário, que acompanha os problemas de saúde mental do rapper, a mudança de nome para Ye, o divórcio de Kim Kardashian e a perda da popularidade depois das suas declarações anti-semitas. O teaser de In Whose Name? inclui Kardashian em lágrimas a gritar-lhe: “Há uns anos, a tua personalidade não era assim.”

Tudo mudou nos últimos seis anos, quando o realizador Nico Ballesteros começou a acompanhar o rapper Kanye West, que então ainda nem era Ye. Desde então, gravou mais de 3000 horas da vida do artista, acabando por resumir a queda de West. “Já não tomo medicamentos há cinco meses”, diz Kanye no arranque do teaser, referindo-se ao seu autodiagnóstico de doença bipolar — que, na sua versão, é afinal autismo. E declara: “Prefiro morrer a tomar medicamentos… Ou eles me destroem ou eu destruo-os… Sou quase um masoquista… Escrevo o que me apetece, quando me apetece! São palavras.”

“O que começou como uma observação silenciosa evoluiu para uma profunda jornada de crescimento artístico e pessoal”, descreve a sinopse do filme, citada pelo Deadline, que avança a notícia nesta quarta-feira. O realizador foi “testemunha de brilhantismo e colapsos, triunfos e tumultos; mas também observou a paranóia e a intensidade que cada vez mais moldavam o mundo de Ye”, diz.

Assim, o resultado não é só um “retrato de Ye”, mas também um espelho “da condição humana com todas as suas contradições”. E promove: “A câmara nunca pestaneja quando Ye fala abertamente sobre a sua vida com perturbação bipolar, oferecendo uma visão rara da realidade da doença mental e do seu impacto na identidade, percepção e poder.”


No pequeno teaser vêem-se momentos familiares, a candidatura à Presidência dos EUA ou alguns concertos de Ye, ainda antes de Kanye cair em desgraça em 2022, depois de várias declarações anti-semitas (chegou a declarar guerra aos judeus e, recentemente, lançou uma canção a elogiar o líder nazi, Adolf Hitler), mas também racistas, xenófobas e misóginas. As posições levaram à perda de negócios, incluindo a parceria de milhões de dólares com a Adidas, sendo que o documentário, no qual esteve envolvido, pode ser também uma manobra lucrativa.

Até porque o objectivo é que os espectadores tirem “a sua própria conclusão” sobre Ye, diz o produtor Simran A. Singh. “Não havia agenda, não havia filtros; apenas momentos reais e crus. Por isso, há um nível de honestidade que normalmente não se encontra nos documentários”, declara o responsável, que garante um distanciamento entre Nico Ballesteros e West que foi fundamental para o sucesso. “Ele [o realizador] estava dentro do caos mas, de alguma forma, conseguiu afastar-se e encontrar a história para fazer um filme.”

O filme tem estreia marcada para 19 de Setembro em mil cinemas nos Estados Unidos. Não se sabe se, mais tarde, estará disponível numa plataforma de streaming.

Kim Kardashian, com quem West foi casado durante quase sete anos (o divórcio foi finalizado em 2022), ainda não reagiu à notícia do documentário. A socialite é mãe dos quatro filhos do rapper: North, de 12 anos, Saint, de 9, Chicago, de 7, e Psalm, com 6.

West é actualmente casado com a arquitecta australiana Bianca Censori, que partilhou recentemente uma fotografia do marido nas redes sociais, depois de ter chegado a ser noticiada a separação. Em Fevereiro, a dupla esteve nas bocas do mundo quando apareceu na passadeira vermelha dos Grammys: ele vestido e ela nua.