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Os consumidores portugueses estão a mudar a forma como comunicam as leituras dos seus contadores de eletricidade e gás. Segundo o relatório da ERSE sobre a Qualidade de Serviço Comercial de 2024, há um crescimento notável na utilização de meios digitais, como aplicações móveis e áreas de cliente online, embora ainda prevaleça a categoria genérica de “outros meios”.

Apesar da diversidade de canais, incluindo telefone, internet, SMS, presencial e escrito, mais de 52% das leituras continuam a ser feitas através de “outros meios”, o que inclui comunicações feitas durante chamadas de serviço ou contactos diretos com os operadores.

Segundo José Trovão, Head de Energia no ComparaJá, “ao não enviar a leitura, estamos sujeitos a estimativas efetuadas pelas comercializadoras, o que pode resultar em dois cenários”.

“Em primeiro lugar, posso estar a pagar demasiado porque as estimativas são superiores ao meu consumo, o que significa que vou ter um ajuste e uma das próximas faturas será inferior à atual. Em segundo lugar, posso estar a achar que pago pouco de energia mas, quando é feita a leitura, ter um ajuste significativo a pagar, correndo o risco de ter problemas financeiros no mês. Ao enviar a leitura mensalmente, garantimos que estamos apenas a pagar aquilo que consumimos hoje. Um euro na minha conta hoje vale mais do que um euro daqui a 3 meses”, reforçou.

Seria benéfica uma harmonização das categorias utilizadas pelas empresas, para uma melhor compreensão das preferências dos consumidores. Por outro lado, destaca-se que a transição para redes inteligentes está próxima da conclusão: em Portugal continental, cerca de 98% dos contadores de baixa tensão já estavam integrados na rede inteligente no final de 2024, o que deverá tornar a comunicação manual de leituras praticamente desnecessária a curto prazo.

A tendência aponta para um setor energético cada vez mais digital, com foco na simplificação e automação da interação entre clientes e operadores.