De acordo com a Century 21, no primeiro semestre de 2025, os compradores nacionais representaram 77,7% das transações na rede, um aumento em relação aos 68,1% do mesmo período em 2024. Em contrapartida, a procura internacional perdeu expressão, com os Estados Unidos, que em 2024 respondiam por 24% das leads, a descer para 9,4% em 2025.
Ricardo Sousa, CEO Century21 Portugal
14 Agosto 2025, 17h30
A Century 21 Portugal identificou uma mudança significativa no mercado de habitação, onde as famílias portuguesas, que sempre foram a maioria nas transações, aumentaram ainda mais a sua participação.
No primeiro semestre de 2025, os compradores nacionais representaram 77,7% das transações na rede, um aumento em relação aos 68,1% do mesmo período em 2024. Em contrapartida, a procura internacional perdeu expressão, com os Estados Unidos, que em 2024 respondiam por 24% das leads, a descer para 9,4% em 2025.
Estatísticas do INE confirmam essa tendência, revelando que no primeiro trimestre de 2025 apenas 5,1% das casas foram adquiridas por estrangeiros, o valor mais baixo desde 2021.
A procura nacional cresceu 25,5%, solidificando o mercado interno como o principal motor da atividade imobiliária. Entre os mercados internacionais, a Alemanha e a Irlanda destacaram-se pelo aumento no interesse, enquanto os Estados Unidos apresentaram uma queda significativa.
Ricardo Sousa, CEO da Century 21 Portugal, afirmou que “a procura nacional sempre existiu. O que mudou foi o ajustamento dos critérios de compra – localização, tipologia ou estado do imóvel – para viabilizar a aquisição”.
Nos primeiros seis meses de 2025, a Century 21 Portugal realizou 10.860 transações, com um volume de negócios superior a 2.579 milhões de euros, refletindo variações de 23% e 46%, respetivamente, em comparação com o primeiro semestre de 2024. O preço médio dos imóveis vendidos subiu para 236.874 euros.
A procura foi particularmente ativa fora dos grandes centros urbanos, com muitas famílias a optar por áreas periféricas onde os preços são mais acessíveis. No entanto, o desequilíbrio entre rendimentos, preços das casas e a oferta disponível continua a ser um desafio.
Ricardo Sousa defende a necessidade de um pacto de Estado para abordar os problemas da habitação. “Precisamos rever os PDM, atualizar os códigos de construção, investir na mobilidade e apoiar políticas eficazes para a natalidade e o emprego jovem”, apontou.
A Century 21 Portugal assinou 8.506 novos contratos de mediação para casas usadas e 6.026 para casas novas. Em termos de vendas, as casas usadas lideraram o crescimento em todas as regiões, com aumentos significativos em Lisboa, Porto e Algarve.
Para o segundo semestre de 2025, espera-se uma manutenção da trajetória positiva, embora com um ligeiro abrandamento no ritmo de crescimento das vendas. Ricardo Sousa concluiu dizendo que “o verdadeiro travão às transações não é a falta de interesse em comprar, mas o desfasamento entre os rendimentos disponíveis e o preço das casas”.