O número de mortes por dengue no Grande ABC caiu 83% na comparação do primeiro semestre de 2025 com o mesmo período do ano passado. Foram dez óbitos neste ano e 61 em 2024. Apesar da diminuição das ocorrências fatais, a região ainda registra, em média, 69 contaminações por dia. 

Foram contabilizados 8.724 casos da doença de janeiro a junho deste ano, queda de 78% em relação a 2024, quando houve 57.804 notificações. A cidade com maior número de notificações é Santo André (3.262), seguida de São Bernardo (2.112), Mauá (1.632), São Caetano (943), Diadema (520), Ribeirão Pires (243) e Rio Grande da Serra (12). Entretanto, a queda mais acentuada (95%) ocorreu em Diadema, que diminuiu de 9.932 para 520 casos. 

“Em 2024, tivemos um pico, com recorde nacional, tanto em número de casos quanto de óbitos. Então, esperamos que, no ano seguinte, essas pessoas que contraíram um determinado sorotipo da dengue não peguem o mesmo tipo, o que pode gerar queda nos casos. Temos ainda alterações climáticas inerentes a cada ano. Quando chove mais, por exemplo, vai ter mais vetores de propagação do mosquito”, explica o infectologista e coordenador da Infectologia do Hospital Albert Sabin de São Paulo, Gustavo Dittmar. 

COMBATE

Os números também são reflexos de uma série de ações das prefeituras para prevenção e combate dos focos do mosquito transmissor Aedes aegypti. Entre elas, visitas a casas, condomínios, empresas e locais estratégicos, como cemitérios, terrenos baldios e ferros velhos, para eliminar volumes de água acumulados que favorecem a produção de insetos. Outra iniciativa é a nebulização, aplicação de larvicidas em áreas estratégicas. Além disso, campanhas educativas são realizadas em escolas, parques, unidades de saúde e espaços de grande circulação.

Santo André instalou 1.284 armadilhas inteligentes desenvolvidas pela Biovec, implantadas inicialmente nos bairros Jardim Santo André e Condomínio Maracanã, locais que nos últimos dez anos registraram os maiores números de casos da doença, segundo o Paço. 

Ribeirão Pires conta com 900 armadilhas da empresa e, de acordo com a Prefeitura, foi a primeira cidade do Grande ABC a instalar a tecnologia que permite monitorar pontos estratégicos.

Mauá disse que neste ano já foram realizadas 189.855 visitas e 37 ações de sensibilização. Quando há notificação de casos suspeitos ou confirmados, as equipes atuam em um raio de 200 metros para eliminar criadouros e buscar novos casos.