Das 17 interdições declaradas, três foram na praia de Matosinhos. Como houve outra na praia de Angeiras, o concelho foi aquele mais vezes viu areias com banhos desaconselhados.
“A praia de Matosinhos é a maior praia urbana do Norte país e apresenta características muito próprias que criam constrangimentos na qualidade da água. A Câmara tem trabalhado com inúmeras entidades, técnicas e científicas, num conjunto de projetos que prevêm uma intensificação tanto do local como da periodicidade das análises, que ao contrário de anos anteriores, são agora feitas em três locais diferentes, três vezes por semana”, esclarece a autarquia, contactada pelo JN.
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As descargas poluentas nas ribeiras da Riguinha e de Carcavelos, que desaguam na praia, depois de atravessarem uma zona densamente edificada e receberem descargas de saneamento de ligações ilegais são um problema identificado. “A Câmara de Matosinhos tem feito um trabalho intenso na deteção dessas ligações com recurso a tecnologia de ponta que identifica no canal da ribeira as descargas com agentes poluentes, o que permite fazer as devidas correções à superfície. Até ao momento foram detectadas mais de 900 ligações ilegais, sendo que cerca de 200 foram já corrigidas e as restantes encontram-se em fase de resolução”, contabiliza o município.
“Outras das possíveis fontes de poluição é o rio Leça, que desagua no porto de Leixões e impacta diretamente na qualidade da água da praia de Matosinhos. A Associação do Corredor Verde do Leça tem desenvolvido um trabalho, com financiamento da União Europeia, com vIsta à deteção de descargas ilegais. Depois temos outras variáveis que podem impactar na qualidade da água, nomeadamente os períodos de chuva intensa que arrastam lixo e dejetos animais para os ramais de águas pluviais que, por sua vez, vão desaguar as ribeiras e, consequentemente, ao mar. Trata-se de um conjunto de fatores que concorrem e influenciam a qualidade da água da praia de Matosinhos, e que têm que ser vistos e analisados no seu conjunto”, sublinha a autarquia.
“A Câmara de Matosinhos tem trabalhado em várias frentes, com académicos e técnicos de várias áreas, no sentido de, primeiro, perceber os impactos reais das diferentes variáveis, e depois encontrar soluções eficazes e sustentáveis para minimizar os efeitos negativos”, acrescenta, concluindo que, “nas duas últimas semanas, as análises feitas à água apresentavam indicadores excelentes”.