A Universidade de São Paulo (USP) cancelou a participação do sociólogo português Boaventura de Sousa Santos num seminário sobre o futuro da democracia, agendado para o dia 25 de agosto, após protestos de estudantes devido às denúncias de assédio sexual e moral contra o académico em Portugal.
Gonçalo Rosa da Silva
A participação do sociólogo português Boaventura de Sousa Santos num seminário na Universidade de São Paulo (USP), no Brasil, foi cancelada após protestos de alunos devido às denúncias de assédio sexual e moral de que é alvo em Portugal.
De acordo com o jornal brasileiro Folha de S.Paulo, a USP informou que cancelou a participação do sociólogo português num seminário intitulado “O futuro da democracia ou a democracia do futuro?”, marcado para dia 25 de agosto, porque “o palestrante está com problemas de saúde”.
No entanto, o jornal revelou que a ida do professor da Universidade de Coimbra à USP era alvo de protestos desde o início desta semana, quando foi anunciada, pelo facto de o académico ser alvo de uma série de denúncias de assédio sexual e moral em 2023.
“Estamos enviando denúncias formais à coordenação de curso e ao departamento, exigimos que o evento seja cancelado”, afirmaram.
O CES acabou por criar, uns meses depois, uma comissão independente para averiguar as denúncias, tendo divulgado num relatório, quase um ano depois, em 13 de março de 2024, que confirmou a existência de padrões de conduta de abuso de poder e assédio por parte de pessoas em posições hierarquicamente superiores, sem especificar nomes.
De acordo com o relatório então divulgado à comissão independente, foram denunciadas 14 pessoas, por 32 denunciantes, num total de 78 denúncias.