Na estrada, pequenos detalhes podem fazer toda a diferença. Dois sinais de trânsito com fundo azul e uma seta branca parecem semelhantes e podem gerar confusão, mas têm significados distintos, previstos no Código da Estrada e no Regulamento de Sinalização do Trânsito.

Dois sinais, funções diferentes

O artigo 25.º do Código da Estrada define os sinais de informação como aqueles destinados a “indicar condições particulares da via ou do trânsito”. No Regulamento de Sinalização do Trânsito, o H3 é identificado como “trânsito de sentido único”, informando que todos os veículos circulam no mesmo sentido, sem tráfego em direção contrária.

Já o D1c surge no mesmo regulamento como “sentido obrigatório em frente, na próxima interseção”. É um sinal de obrigação que impõe ao condutor seguir estritamente a direção indicada pela seta. Se aponta para a frente, não é permitido virar à esquerda ou à direita, exceto se houver outra sinalização que o autorize.

Forma determina o significado

A distinção entre os dois sinais começa na forma. Os quadrados informam e os circulares obrigam. O H3 descreve a configuração da via: trânsito num só sentido, mas não impõe uma manobra concreta. O D1c, pelo contrário, determina expressamente a direção que deve ser seguida.

Esta lógica está alinhada com o artigo 7.º do Código da Estrada, que estabelece o princípio da obediência à sinalização: todos os condutores devem respeitar os sinais reguladores do trânsito, que prevalecem sobre as restantes regras de circulação.

Consequências do incumprimento

Ignorar o D1c constitui uma infração grave. O artigo 145.º do Código da Estrada inclui entre as contraordenações graves “a inobservância das ordens dos sinais reguladores do trânsito”. Ou seja, virar para a esquerda ou para a direita quando o sinal obriga a seguir em frente pode resultar numa coima e numa penalização no registo de infrações.

No caso do H3, uma interpretação errada pode não ter a mesma gravidade legal, mas gera facilmente confusão, sobretudo em meio urbano, afetando a fluidez e a segurança do tráfego.

Erros comuns entre condutores

Segundo dados publicados pela Cartrack, empresa especializada em mobilidade, muitos condutores em formação falham na interpretação da sinalização rodoviária. A entrada em sentido proibido ou a realização incorreta de mudanças de direção em ruas de sentido único estão entre as falhas mais frequentes nos exames de condução em Portugal.

Para evitar erros, há uma regra prática fácil de aplicar: o quadrado informa, o círculo obriga. Esta lógica aplica-se a muitos outros sinais de trânsito e ajuda a reforçar a memorização.

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