Mesmo tendo apresentado melhorias evidentes, na organização coletiva, na atitude competitiva e no ataque à baliza adversária, que a exibição inspirada de Matheus Cunha espelhou, o Manchester United não evitou entrar a perder na Liga inglesa, por 1-0, diante de um Arsenal pragmático, uma imagem de marca na era Arteta nos Gunners.

O tão esperado reencontro entre Ruben Amorim e Viktor Gyökeres em Inglaterra, agora como rivais, deu-se logo na ronda inaugural da Premier League, num escaldante clássico entre Manchester United e Arsenal.

Depois de uma temporada dececionante, os Red Devils, que gastaram uma pequena fortuna para remodelar o ataque, mostraram algumas melhorias no seu jogo – pior do que se viu em 2024/2025 era difícil, convenhamos – apesar de terem protagonizado um arranque lento no jogo.

É certo que sofreram um golo no limite da legalidade, pelo bloqueio de Saliba a Bayindir na pequena área antes de Calafiori ter encostado para o 1-0, mas só à meia hora o United conseguiu acertar o passo. E o jogo transfigurou-se.

Quase sempre em transições rápidas, a equipa de Manchester, que contou com Diogo Dalot e Bruno Fernandes no onze inicial, construiu três ocasiões flagrantes consecutivas, com Dorgu a acertar no poste e Matheus Cunha, por duas vezes, a ver David Raya negar-lhe o golo. A defesa do espanhol ao minuto 38 é notável.

Do outro lado morava um Arsenal pouco esclarecido, ainda a tentar encaixar no seu jogo associativo, entre Odegaard, Saka e Martinelli, a explosividade de Gyökeres, de quem quase não se notou a presença até ao intervalo.

RECORDE O FILME DO JOGO

A coisa não melhor no reatamento, pelo que não estranhou que o sueco tenha sido o primeiro a sair nos Gunners, a par de Martinelli, aos 60 minutos.

A segunda parte, diga-se, teve poucos momentos de relevo. A exceção aconteceu ao minuto 69, quando Mbeumo cabeceou para uma defesa vistosa de Raya, a figura do encontro. No último ataque, Madueke ficou perto do 2-0, mas teve uma perdida incrível na cara de Bayindir.

Ruben Amorim ficou sem os pontos, mas viu Old Trafford reconhecer o esforço de uma equipa ainda à procura de superar do trauma de uma temporada para esquecer. Pela amostra, há razões para acreditar.