Integrantes da bancada ruralista articulam mudanças nos livros didáticos de ensino fundamental e médio para retirar menções consideradas pejorativas ao agronegócio brasileiro, muitas delas, argumentam, sem base de informação confiável.
Na semana passada, o deputado Tião Medeiros (PP-PR) se reuniu com representantes da Câmara Brasileira do Livro para discutir o tema e propor um seminário na CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária) para debater “a desinformação contra o agronegócio nos livros didáticos e paradidáticos”. A intenção é convidar autores de livros, técnicos e parlamentares para esse debate.
Medeiros diz que a iniciativa surgiu a partir de um estudo da ONG De Olho no Material Escolar contratado pela FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária) para avaliar o conteúdo didático de ensino fundamental e médio e saber qual era a visão que se transmitia para os alunos do agronegócio brasileiro.
“Para nossa surpresa, a primeira constatação foi de que 60% das menções eram pejorativas. E a segunda grande surpresa é que as menções vinham desacompanhadas de fontes bibliográficas”, afirma o deputado.
“Então, o desmatamento que toma conta, o agrotóxico, só informações vagas e imprecisas e que, às vezes, levam ao entendimento equivocado do que é o agronegócio brasileiro.”
Segundo o deputado, os representantes da CBL “compreenderam a necessidade” de atualizar as fontes de informação de autores e também de editoras que revisam e têm responsabilidade pela veiculação do material. “E aí a gente achou por bem fazer um seminário patrocinado pela CNA para que mostre a velocidade da mudança do agronegócio no país.”
Medeiros sugere a própria CNA como fonte de informações para os livros didáticos, assim como a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e a Fundação ABC, que atua em pesquisa para desenvolvimento de novas tecnologias.
“A gente que está acompanhando o negócio tem dificuldade de saber de tudo que está acontecendo, quem dirá uma pessoa que não tem essa vivência. É muito difícil ela escrever com propriedade sobre um tema tão rápido e dinâmico”, afirma o deputado.
“Tem muito menino, principalmente dos grandes centros, que acha que o frango nasce na geladeira do mercado. Que o leite vem da indústria. Então não sabem como é o processo produtivo. E óbvio que eu não os culpo, mas é uma realidade. É isso que a gente precisa despertar no material”, conclui.
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