A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) confirmou, em agosto, cinco novos focos de raiva em herbívoros no Estado. Quatro deles foram registrados em propriedades rurais de Carmo do Rio Verde, na região Centro-Norte, e um em Silvânia, no sudeste goiano. Todos os animais infectados morreram. As informações foram detalhadas pela gerente de Sanidade Animal da Agrodefesa, Denise Toledo, em entrevista ao Jornal Opção.
Segundo a gestora, os casos foram notificados por produtores que perceberam sintomas neurológicos nos bovinos. Após coleta de amostras, os exames realizados no Laboratório de Diagnóstico Veterinário da Agência (LabVet) confirmaram a presença do vírus da raiva. “É uma doença letal e sem tratamento. Os animais apresentam sintomatologia neurológica e evoluem para óbito. Nesse momento, fazemos a coleta de amostras para confirmação laboratorial”, explicou.
A Agrodefesa intensificou o trabalho de vigilância epidemiológica em um raio de até 12 quilômetros dos focos, incluindo vacinação assistida nos rebanhos, ações de educação sanitária e controle de morcegos hematófagos (Desmodus rotundus), principais transmissores da doença. “Nosso trabalho é identificar os abrigos desses morcegos e diminuir a exposição dos rebanhos para evitar novos ciclos de transmissão”, detalhou Denise.
Sintomas e prevenção
Entre os sinais clínicos da raiva em bovinos e outros herbívoros estão alterações de comportamento, dificuldade de locomoção, incoordenação motora, paralisia, pedalagem (movimentos involuntários quando o animal está deitado), apatia e aparente cegueira. Diante de qualquer suspeita, a orientação da Agrodefesa é que o produtor comunique imediatamente às unidades locais.
Denise Toledo reforça que, embora a vacinação contra a raiva dos herbívoros não seja mais obrigatória em Goiás, ela continua sendo a forma mais eficaz de prevenção. “Mesmo que não seja obrigatória, o produtor pode e deve vacinar seus animais, principalmente quando há presença de morcegos na região. A vacina está disponível e é extremamente eficiente”, destacou.
Desafios
A gerente reconhece que o maior desafio no enfrentamento da raiva está na comunicação entre produtores e o serviço oficial. “Precisamos muito da colaboração do produtor para identificar rapidamente regiões com mortalidade de animais apresentando sinais neurológicos ou com a presença de morcegos hematófagos. Quanto mais cedo recebemos a notificação, mais rápido conseguimos conter a doença”, afirmou.
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