É uma história dentro da história da cimeira que decorreu na Casa Branca, onde esteve um líder que provavelmente nem todos conhecem, mas que tem muito a dizer sobre o que a Rússia pode fazer

No meio de tanta figura ilustre, houve um homem que ia passando ao lado de um dos momentos mais importantes da Guerra Fria. Mas o presidente dos Estados Unidos quis ouvi-lo, saber o que tinha a dizer e porque é que estava ali no meio do peixe graúdo.

O homem em causa é o “jovem e poderoso” Alex, como Donald Trump o descreveu, numa mesa em que estavam os presidentes da Comissão Europeia e França, os primeiros-ministros de Reino Unido e Itália, o chanceler da Alemanha e o secretário-geral da NATO.

É Alexander Stubb, um “jovem” de 57 anos que é presidente da Finlândia e que apareceu um pouco do nada na Casa Branca.

Talvez percebendo o desconhecimento de quem assistia à conversa em casa, Trump quis deixar as mordomias de lado e pediu ao “jovem” que falasse e explicasse porque é que estava ali.

Antes de mais, importa dizer que Stubb é um dos líderes mundiais mais próximos da atual administração da Casa Branca, mantendo conversas regulares com Trump. Mas não foi só por isso que a sua presença em Washington DC foi crucial.

“Antes de acabar, gostaria que dissesse umas palavras”, atirou Trump. E Stubb seguiu o repto: “Alguns meios de comunicação internacionais podem perguntar porque é que o presidente da Finlândia está aqui. Penso que a razão é que podemos vir de um país pequeno, mas temos uma grande fronteira com a Rússia”.

E Stubb até podia ter ido mais longe, já que a linha de mais de 1.300 quilómetros que Finlândia e Rússia partilham faz daquela a maior fronteira entre a Europa e o país comandado por Vladimir Putin. De resto, e com a recente adesão do país à NATO, isso faz também com que aquela passe a ser a maior fronteira entre a Aliança Atlântica e o principal inimigo.

“Claro que temos as nossas próprias experiências históricas, desde a Segunda Guerra Mundial à Guerra de Inverno e à Guerra da Continuação”, prosseguiu o presidente finlandês, recordando um passado histórico com menos de 100 anos em que a gigante União Soviética fez de tudo para conquistar o país dos lagos.

Olhando para a frente, Stubb acredita que, como em 1944, é possível agora encontrar nova solução em 2025. “Estou certo de que seremos capazes de encontrar uma solução para acabar a agressão russa. A situação é muito difícil, mas é por isso que estamos aqui”, terminou.

Em resposta, Trump agradeceu o “bom trabalho” do presidente da Finlândia, que antes teve palavras de cortesia para com a atual administração norte-americana, que ajudou a que “nas últimas duas semanas tenhamos provavelmente tido mais progresso para acabar esta guerra  do que em três anos e meio”.

Quanto à menção a um país pequeno, importa referir que a Finlândia é um dos maiores países da Europa. Não chega perto dos Estados Unidos, claro, mas é maior que Itália ou Reino Unido, por exemplo. Ainda assim, se tomarmos a referência à dimensão tendo em conta a população, a Finlândia é, de facto, pequena, tendo cerca de metade dos habitantes de Portugal.