A ex-deputada social-democrata Lina Lopes, que era candidata independente pelo Chega à presidência da Câmara de Setúbal, anunciou nesta segunda-feira, 18 de agosto, que se retirou da disputa autárquica, sendo substituída por António Cachaço, até agora o número dois da lista. A decisão foi justificada, numa publicação feita nas redes sociais, com a necessidade de se “defender com total liberdade e serenidade” do que diz ser uma ”campanha difamatória” e “tentativas de chantagem”.
Numa série de publicações partilhadas nas redes sociais, que Lina Lopes descreve como “falsas acusações”, é alegado que a antiga deputada do PSD, que integra o gabinete do vice-presidente da Assembleia da República Diogo Pacheco de Amorim, terá contraído um empréstimo junto de um particular e que se recusa a pagar.
Para Lina Lopes, que comunicou a decisão no último dia do prazo legal para a apresentação de candidaturas às eleições autárquicas de 12 de outubro, os “ataques pessoais“ de que está a ser alvo visam “atingir o partido que me apoia e os seus militantes”.
“O meu compromisso com a verdade, a justiça e o projeto político apoiado pelo Chega mantém-se inalterado. Por isso, vou dedicar todas as minhas energias à defesa do meu bom nome e honra pessoal, confiando que a Justiça apurará rapidamente os factos e punirá quem, de forma criminosa, tenta destruir pessoas e descredibilizar instituições democráticas”, escreveu a ex-candidata à Câmara de Setúbal, que foi dirigente da UGT, na mensagem em que anunciou a sua decisão.
As circunstâncias da desistência de Lina Lopes levaram o deputado André Pinotes Batista, presidente da Federação de Setúbal do PS, a escrever na rede social X que “é imperativo que se investiguem os empréstimos e financiamentos”, bem como “que tipo de chantagem está em causa” e como terá afetado “uma política tão experimentada”, e que teria a sua eleição como vereadora “vitualmente garantida”.
“A notícia que importa não é a desistência. A notícia que realmente falta dar, só é possível seguindo o rasto do dinheiro”, acrescentou André Pinotes Batista, sentenciando que “o Chega não tem credibilidade, nem estrutura, para comandar os destinos de uma autarquia”.
O Chega avança agora com António Cachaço numa disputa em que o incumbente André Martins (CDU) enfrenta a forte concorrência da sua antecessora Maria das Dores Meira, agora à frente de um movimento independente (com apoio do PSD e do CDS), e do atual vereador socialista Fernando José.