O período das férias de verão está a caminhar para o fim e os balanços preliminares apontam já para um desempenho histórico. A sede dos portugueses por viajar manifestou-se logo no início do ano com uma procura recorde junto das agências de viagens, o que se traduziu num incremento da faturação para os operadores. “Há quem esteja a faturar ao nível do ano passado e há quem esteja com crescimentos próximos dos 15%. No final, fica a certeza de que o mercado está a crescer e isto são boas notícias”, aplaude Pedro Costa Ferreira.

Os preços também subiram, mas nem a fatura mais elevada refreou os ânimos por fazer as malas e atravessar a fronteira. “Há vários fatores para esta subida nos custos, que depois se traduzem nos preços dos pacotes. A mão de obra mais escassa em todo o mundo, o aumento dos preços na aviação e na hotelaria. Esta subida generalizada provocou, também, um aumento do lado dos pacotes que foram colocados no mercado”, assume. O responsável nota, ainda assim, que a oferta aumentou este ano. Ou seja, o maior número de destinos e pacotes disponíveis fomentaram a concorrência e, em muitos casos, nas opções charter, verificou-se um recuo nos preços através de campanhas promocionais.

No verão, e à semelhança do que aconteceu nos últimos anos, as Caraíbas continuam a ser o destino estrela nas deslocações de longo-curso do mercado nacional. Cabo Verde, Tunísia, Egito, Marrocos, Itália, Croácia, e Albânia seguem-se no ranking das opções mais requisitadas.

Numa análise mais fina, e comparando mapas, o presidente da APAVT nega que os portugueses estejam a optar por viajar para fora devido ao aumento dos preços em território nacional. “Não podemos dizer que os portugueses tenham abandonado o país, continuam a representar 30% do turismo que se faz cá dentro. O Algarve e a Madeira estão com excelentes ocupações e os Açores também registam uma boa performance. E também noutras regiões, como no Alentejo, no Centro ou no Porto e Norte se verificam crescimentos. Não tenho ideia de que os portugueses tenham substituído o destino turístico de Portugal pelo estrangeiro. Mas a verdade é que a procura pelo estrangeiro continua cada vez mais pujante”, constata.

Pedro Costa Ferreira acredita que a vasta oferta permite ambos os cenários. “Evidentemente que, se compararmos uma oferta turística de alta qualidade em Portugal com uma operação charter para um destino mais barato em campanha, é mais barato ir nessa operação charter. Mas o inverso também é verdade. É possível ir de férias para o estrangeiro gastando menos do que em Portugal e é completamente normal ir para férias para o estrangeiro, gastando mais”, conclui.