O líder da Força Aérea dos EUA anunciou a intenção de se reformar em novembro. O comunicado, divulgado esta segunda-feira, foi recebido com surpresa, já que David Allvin ainda tinha mais dois anos de funções pela frente.

Allvin não detalhou os motivos para esta reforma antecipada. “Estou grato pela oportunidade de ter servido como 23.º chefe do Estado-maior da Força Aérea e agradeço ao Secretário Meink, ao Secretário Hegseth e ao Presidente Trump pela confiança em mim para liderar o nosso serviço”, disse Allvin na nota.

“Mais do que nunca, estou orgulhoso de ter feito parte da equipa de homens que vivem os nossos valores principais da integridade, serviço e excelência todos os dias enquanto nos preparamos para defender esta grande nação”, declarou.

David Allvin, com uma carreira de 39 anos e mais de 4.600 horas de voo, deverá reformar-se a partir de 1 de novembro. Está prevista a realização de uma cerimónia formal, que deverá acontecer no outono. Até lá, continuará em funções até ser encontrado um sucessor.

O oficial foi nomeado a 2 de novembro de 2023 para as funções de chefe do Estado-maior da Força Aérea. Ainda tinha dois anos de mandato pela frente.

Allvin é o quarto líder de ramos das Forças Armadas norte-americanas a abandonar o cargo desde que Trump regressou à Casa Branca, noticia o Politico. Em janeiro, o Presidente dos EUA ordenou a demissão de Linda Fagan, da Guarda Costeira, e em fevereiro do general C. Q. Brown. Lisa Franchetti, da Marinha, também foi retirada de funções em fevereiro. Em abril, Trump demitiu o general Timothy Haugh, diretor da Agência Nacional de Segurança (NSA).

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Ao Politico, um oficial sénior da Força Aérea mostrou-se surpreendido com a decisão — notando até que não havia sinais ou rumores de que estaria a ponderar sair de funções. “Não sei sobre o que é que isto é — ele é um grande líder e isto vai ser mais uma transição num edifício que já viu muitas [mudanças] recentemente.”

A reforma de Allvin faz com que o general tenha o mandato mais curto em 30 anos como líder da Força Aérea. Michael Dugan foi demitido em 1990, ao fim de dois anos em funções — uma demissão que esteve ligada a comentários sobre o Iraque antes da Guerra do Golfo, em 1991.