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O jornal Politico foca a sua newsletter diária sobre as movimentações em Bruxelas na ida de Volodymyr Zelensky e de vários governantes europeus à Casa Branca.
Na “Brussels Playbook” desta terça-feira, existe um segmento para “os homens que não estavam lá”. António Costa, presidente do Conselho Europeu, é o primeiro nome da lista. O jornal refere que, “no palco internacional, o presidente do Conselho Europeu e a presidente da Comissão Europeia normalmente são um pacote dois-em-um”. Só que, desta vez, apenas Ursula von der Leyen esteve em Washington na qualidade de representante de uma instituição europeia.
O jornal refere que várias fontes de Bruxelas “desvalorizaram a ausência” do político português, notando até que esteve presente um número reduzido de governantes europeus. Além de Von der Leyen, estiveram na Casa Branca Emmanuel Macron, Presidente de França, Keir Starmer, primeiro-ministro do Reino Unido, Friedrich Merz, chanceler da Alemanha, Alexander Stubb, Presidente da Finlândia, e Giorgia Meloni, primeira-ministra de Itália. Mark Rutte, na qualidade de secretário-geral da NATO, completou o grupo que acompanhou o Presidente da Ucrânia a Washington.
Mas ao Politico, Peter Van Elsuwege, professor do European Law Institute, lembrou que o Tratado da UE deixa nas mãos do presidente do Conselho a “representação externa em temas de Negócios Estrangeiros e políticas de segurança”.
As mesmas fontes referem que, por outro lado, é Ursula von der Leyen quem tem a “linha direta com a Casa Branca”. Noutro campo, é sugerido que Costa, conhecido como um “sedutor” que ainda está “a aperfeiçoar o seu inglês”, procura “evitar as armadilhas do antecessor, Charles Michel” e possíveis contratempos na relação com a presidente da Comissão. O Politico alude ao famoso Sofagate na Turquia, quando Ursula von der Leyen e o então presidente do Conselho Europeu tiveram um encontro com o Presidente Erdogan. Na sala havia apenas duas cadeiras, em que se sentaram os dois homens, tendo a líder europeia sido relegada para um sofá lateral.
Já esta terça-feira, António Costa teve trabalho em mãos: uma videoconferência com os líderes da coligação de voluntários, os aliados da Ucrânia, para ficar a par daquilo que foi discutido na Casa Branca.
Além de António Costa, o Politico também elege a governação polaca como uma ausente do encontro. O jornal nota que, já na semana passada, os EUA terão pedido que Karol Nawrocki, o Presidente da Polónia, substituísse Donald Tusk, o primeiro-ministro, na videoconferência. O porta-voz do Presidente polaco desvalorizou a ausência de representação do país na Casa Branca.
Por fim, o jornal nota a ausência de Pedro Sánchez, o presidente do governo de um dos “cinco grandes” da União Europeia. “De facto, Madrid nem sequer teve um convite para participar na reunião da semana passada com Trump”, escreve o Politico. Uma explicação provável para isto, segundo um artigo assinado pelo correspondente espanhol do jornal, é a distante relação entre Sánchez e Trump. Em junho, a inimizade ganhou mais espaço quando, na cimeira da NATO, o governante espanhol se recusou a comprometer com gastos de defesa o equivalente a 5% do PIB espanhol.