Com o propósito de reunir numa única plataforma o apoio de empresas, cidadãos e influenciadores, o ‘Portugal Sem Chamas’ já conta com duas centenas de voluntários a oferecer ajuda. Alimentos e água; roupa e bens essenciais; apoio financeiro/donativos são os três tipos de ajuda com maior contribuição.
“O projeto nasceu há cerca de 48 horas e regista já uma enorme adesão, entre eles, médicos, advogados, arquitetos, empresários e pessoas de várias áreas a oferecer ajuda. No mesmo espaço, qualquer pessoa pode partilhar o seu pedido de ajuda, juntar links de crowdfunding, redes sociais ou outras informações que mostrem a sua realidade”, explica.
A plataforma foi pensada em apenas duas horas. De forma simples e clara, tem cinco pontos: Preciso de Ajuda – pessoas afetadas pelos incêndios podem descrever a sua situação e necessidades: Quero Ajudar – marcas, influenciadores e cidadãos podem registar ofertas de apoio, como bens, alojamento, transporte, doações ou divulgação; Match – a plataforma facilita o encontro entre quem precisa e quem pode ajudar; Influenciadores Solidários – lista de figuras públicas que mobilizam suas comunidades para apoiar as vítimas e, por último, Estado dos Fogos – informações atualizadas sobre a situação dos incêndios, com dados obtidos dos meios de comunicação portugueses.
“SOS Incêndios 25”- o esforço de três beirãs
Três amigas, com ligações familiares a Trancoso, revoltadas com uma tragédia que conhecem de cor, abatida, verão a verão, sobre familiares e amigos, resolveram agir. Daniela, enfermeira, Beatriz, fotógrafa, e Joana, música, guionista e realizadora, criaram em poucas horas a SOS Incêndios 25. Três dias depois, contam com a colaboração de 17 voluntários. E obra feita. “Estamos muita cansadas, mas muito ativas”.
Em três dias, foram várias as campanhas de recolha promovidas. Com entregas efetuadas nos Bombeiros Voluntários de Coimbra, Bombeiros Voluntários de Castelo Branco, Bombeiros Voluntários de Pampilhosa da Serra, Bombeiros Voluntários de Góis, Bombeiros Voluntários de Guarda, parcerias várias garantidas e a colaboração de várias personalidades – Nuno Markl, Miguel Raposo, Bia Maria, entre outros, assegurada. As recolhas em curso estão a decorrer no Palácio Baldaya, em Benfica, Lisboa.
“É aterrador que não exista um sistema de redistribuição regional, distrital, para suprir as necessidades básicas dos quartéis de BV, isto não pode ser”. Joana Barra Vaz, cujo pai, em Trancoso, viu o fogo à porta de casa, lembra óbvio: ”é o cada cada um por si e o cada um por si não leva a lado nenhum”. Continua, de rajada: “Os bombeiros e as populações estão a fazer frente ao fogo, têm rendições longas e estão exaustos. O espírito deles é espantoso, de louvar. Estão sempre prontos. Agradecem-nos, dizem-nos para dar o que podermos, mas nós é que temos muito a agradecer-lhes”. Conta, recompensada, que Castelo Branco “referiu que nunca tinha recebido uma doação assim e portanto está a apoiar o Fundão com as doações”. A articulação com a Guarda está igualmente conseguida.