“Estou preocupado com o aumento alarmante do antissemitismo em França e com a falta de ação decisiva do seu Governo para o combater. Nos últimos anos, o antissemitismo tem devastado as cidades francesas”, escreveu o líder israelita na carta.
Netanyahu diz ainda a Macron que “desde as suas declarações públicas de ataque a Israel e de reconhecimento de um Estado palestiniano, o antissemitismo aumentou”.
“Na sequência do ataque selvagem do Hamas ao povo israelita a 7 de outubro de 2023, os extremistas pró-Hamas e os radicais de esquerda lançaram uma campanha de intimidação, vandalismo e violência contra os judeus em toda a Europa“, campanha essa que “se intensificou em França” sob o mandato do presidente francês, considerou.
“O vosso apelo a um Estado palestiniano alimenta este fogo antissemita (…), recompensa o terror do Hamas, reforça a recusa do Hamas em libertar os reféns, encoraja aqueles que ameaçam os judeus franceses e fomenta o ódio aos judeus que agora percorre as vossas ruas”, acusou Netanyahu.A carta, assinada por Netanyahu, tem a data de 17 de agosto.
O primeiro-ministro de Israel elogia também o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por lutar contra crimes antissemitas e “proteger os judeus americanos”.
“Presidente Macron, o antissemitismo é um cancro. Espalha-se quando os líderes permanecem em silêncio. Recua quando os líderes agem. Peço-lhe que substitua a fraqueza pela ação, o apaziguamento pela vontade, e que o faça antes de uma data clara: o Ano Novo Judaico, a 23 de setembro de 2025″, concluiu o primeiro-ministro israelita.
A missiva é enviada numa altura em que se aproxima a 80.ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, em setembro, data em que a França prometeu reconhecer o Estado da Palestina.
Dias depois, o Canadá anunciou a intenção de apoiar também um Estado da Palestina, seguindo-se o Reino Unido. Entretanto, 15 países convidaram a comunidade internacional a reconhecer igualmente esse Estado.
Portugal admitiu, no final de julho, reconhecer o Estado da Palestina na declaração conjunta assinada por esses países.
c/ agências