Em tempos um dos mais brilhantes talentos do futebol alemão, Julian Draxler trocou o Wolfsburgo pelo PSG em 2017, abraçando o ambicioso projeto do clube francês e se, numa primeira fase, as coisas até foram correndo de feição, o cenário mudou após as chegadas de Neymar e Mbappé ao Parque dos Príncipes.

«Os primeiros seis meses [em Paris] foram, provavelmente, os melhores da minha vida. Foi magnífico. Depois, tudo se complicou com as chegadas de Neymar e Mbappé. Foram duas contratações que mudaram muito o cenário para mim. Foi um prazer jogar com eles! Nunca tinha visto algo como o Neymar, daí também ter ficado mais tempo. Queria ver o nível da equipa, queria ver o Kylian evoluir… Estar em campo com jogadores assim é um sonho, mas as coisas mudaram para mim», admitiu o internacional germânico, em entrevista ao jornal Le Parisien.

Com pouco espaço na capital gaulesa, Draxler foi emprestado ao Benfica em 2022/23, mas a experiência na Luz também não foi brilhante para o criativo: marcou apenas dois golos em 18 partidas disputadas. Voltou a Paris e, aí, um episódio precipitou a decisão de sair em definitivo.

«Adoro Paris, mas, na reta final, tivemos alguns problemas, como uma tentativa de assalto que aconteceu mesmo antes de ir para o Qatar. Olhei para a minha mulher e disse: ‘Acho que temos de ir para o Qatar‘», revelou Draxler. «Foi esse detalhe que me convenceu a ir. Não era fácil andar nas ruas de Paris com um filho pequeno, via-me obrigador a esconder-me com um chapéu ou um gorro. Não sou Neymar, mas, se jogas no PSG, é muito difícil teres uma vida normal. No Qatar é o oposto, posso andar à vontade, sem sentir que me estão a seguir. Sinto-me muito bem», frisou o futebolista, de 31 anos, antes de ‘voltar’ à «loucura» que era o emblema gaulês.

«É um clube magnífico. Um pouco louco, como eu. Quando penas que contrataram o Neymar por 222 milhões de euros e, três semanas depois, foram buscar o Mbappé por 180 milhões… No PSG nunca te aborreces. Tenho muito orgulho de ter vestido aquela camisola. Divertíamo-nos em campo», recordou Draxler.